![Teresa Gabriel apresenta novo disco em Lisboa e apela a causas ambientais](/assets/img/blank.png)
O álbum é apresentado às 21:30 no Auditório Orlando Ribeiro, em Telheiras, Lisboa, e além de Teresa Gabriel (voz e guitarra), em palco vão estar o quarteto de cordas Opus 28, Baltazar Molina (percussões étnicas e sufi), Paulo Sousa (sithar), Tiago Simões (didjeridu), Rui Aires (hang drums) e a bailarina Íris Lican.
Em declarações à Lusa, referindo-se ao título do CD, Teresa Gabriel afirmou que “os ‘Ritos de Passagem’ são pessoais e coletivos, e estão ligados a transformações que acontecem na vida a todos nós, mas também na transformação coletiva que estamos a atravessar no planeta, nomeadamente as crises climática e financeira”. “Estes ritos estão também ligados às diferentes dimensões do ser humano; a dimensão da imaginação, mais emocional, e uma dimensão de consciência”, acrescentou.
O álbum é constituído por 15 temas, maioritariamente interpretados em inglês, compostos por Teresa Gabriel, que se inspirou na sua experiência, em viagens que fez, e nas pessoas que tem conhecido. “Há também uma forte inspiração em projetos em que me envolvi de consciencialização ambiental, como o ativismo sagrado, e projetos sociais, que visam criar alternativas às pessoas”, acrescentou. O “ativismo sagrado”, explicou a compositora, procura “ir ao encontro das questões essenciais, e ter uma visão mais ampla, e não ficarmos presos a uma visão nacional”.
Entre as questões essenciais, Teresa Gabriel referiu o projeto das sementes livres de transgénicos, a utilização da água e as mudanças climáticas. “Todas elas têm um impacto em todo o planeta, e a ideia do ativismo sagrado, é fazer as pessoas descobrirem o seu lado ativo nestas questões, não serem meros espetadores, mas porem em prática a sua cidadania ativa, quer através da sua arte e dos seus dons, quer através do apoio a petições e outras iniciativas”, referiu. “O ativismo sagrado é acima de tudo uma ligação e volta à vida”, rematou.
A compositora considera que “as pessoas estão cada vez mais atentas ao colapso ambiental que vivemos, mas nunca é demais lembrar, e este álbum é mais um alerta, apesar de muitos projetos estarem em marcha”. “A nossa sobrevivência está em risco como nunca esteve, e o ativismo sagrado serve para convidar as pessoas a tornarem-se mais ativas para reequilibrar desta questão [ambiental]”, disse. “O colapso ambiental está a acontecer”, afirmou a compositora, que referiu que tem “esperança numa mudança”, pois “através da Internet está-se a criar um grande número de movimentos sociais e há muitas pessoas a fazerem muitas coisas para mudarem esta situação”. “Estamos a atravessar o maior dos desafios que alguma vez enfrentámos, mas também, estamos a criar um novo mundo e cada vez existe mais união, entre as pessoas, e isso é que me dá esperança”, afirmou à Lusa.
Teresa Gabriel apontou como indicativos do colapso ambiental a escassez de água, a subida do nível das águas, a morte das abelhas e a extinção das espécies. "Este ativismo sagrado é para nos ligar à vida que nos sustém a todos e não a um deus em concreto”, realçou.
Do álbum, editado pela Numérica, fazem parte canções como “Indigo Revolutions”, “The Balence will be restored”, “Wings of the Angel”, “Golden Dust”, “Divine Motherweood”, entre outras, encerrando com o tema “Gracias”.
@Lusa
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