A atuação do Real Combo Lisbonense insere-se no Programa Gulbenkian Próximo Futuro, dedicado à investigação e criação na Europa, África, América Latina e Caraíbas, e além da Música, inclui um ciclo de conferências, cinema, exposições e seminários com investigadores.
No sábado à noite, o Real Combo apresenta em antecipação o seu próximo álbum que será publicado em setembro e que recria o repertório de Carmen Miranda (1909-1955)
Nascida Maria do Carmo Miranda da Cunha, no Marco de Canaveses, no Minho, foi ainda criança, com os pais, para o Brasil, onde fez carreira tendo gravado mais de 300 canções, e participado em vários filmes produzidos em Hollywood.
“Mamãe eu quero”, “O que é que a baiana não tem”, “Rebola a bola”, “Cai, cai”, “Chica, chica, boom, chic”, são alguns dos êxitos da cantora.
Carmen Miranda “cresceu brasileira e nunca mais voltou” a Portugal, apesar disso, podemos estabelecer uma ligação cultural e afetiva a partir das suas origens: o quotidiano familiar cheio de memórias, a primeira música que cantarolou aos cinco anos – um fado que lhe ensinou a irmã mais velha, e o contexto do Rio no início do século XX, com uma enorme população de migrantes portugueses”, afirma a orquestra em comunicado enviado à Lusa.
Carmen Miranda, lê-se no mesmo texto, foi “da Várzea de Ovelha, no Marco de Canaveses, a Hollywood, com longa escala carioca, ela cresceu com o samba e a malandragem da Lapa [bairro do Rio de Janeiro], subiu na fama internacional até ao topo, mas nunca desistiu do passaporte português”.
Para o Real Combo, “o legado de Carmen Miranda continua ausente da música feita em Portugal”, o que qualifica como “uma falha” que agora se propõe “colmatar”.
No anfiteatro nos jardins Gulbenkian, o Real Combo Lisbonense vai apresentar “um espetáculo totalmente novo que atravessa quase três décadas de história musical através de um repertório de sambas, marchinhas e outros ritmos tropicais”.
O Real Combo Lisbonense em comunicado afirma que tem recuperado, atualizando, a vocação das antigas orquestras e conjuntos de baile, com um repertório essencialmente constituído por “clássicos de sempre e pérolas perdidas da música portuguesa”.
Fundado em 2008 por João Paulo Feliciano e Mário Feliciano, O Real Combo Lisbonense estreou-se discograficamente no verão do ano seguinte.
Ao longo da sua carreira tem atuado na Fundação de Serralves, no Porto, nas Festas da Lisboa e no encerramento da Semana de Cultura Portuguesa em Barcelona.
O Real Combo é constituído pelas cantoras Ana Brandão, Joana Campelo e Margarida Campelo, e os músicos instrumentistas Bruno Pernadas, David Santos, Ian Mucznik, João Paulo Feliciano, João Pinheiro, Mário Feliciano, Rui Alves, Sérgio Costa, Tomás Pimentel.
@Lusa
Comentários