O guitarrista António Parreira, que toca há mais de 40 anos, transcreveu para partitura 180 melodias de fados tradicionais, que habitualmente eram “passadas 'por ouvido', de geração em geração”, como explicou à Lusa.

Do Fado Acácio ao Fado Zirita, passando pelos fados Bizarro, Carlos da Maia, Cigano, Estrela, Fé, Laranjeira, Lopes e Zé Negro, António Parreira fixou os respetivos autores e, como “nem tudo se canta numa melodia", registou o tipo de estrofe e métrica, que corresponde a cada fado tradicional.

As melodias tradicionais fadistas aplicam-se aos três tipos clássicos de estrofes – Quadras, Quintilhas e Sextilhas – e às diferentes métricas de versos – alexandrinos, decassílabo, heptassílabo e dodecassílabo -, no caso do heptassílabo é também considerado o heptassílabo versículo.

Para cada melodia pode-se sempre interpretar novas letras, desde que respeitem a respetiva estrutura estrófica e métrica, havendo ainda os casos, não contemplados neste livro, de poemas cantados no fado com música própria, muito habitualmente os sonetos - cite-se “Caravelas”, de Florbela Espanca, com música de Tiago Machado, uma criação de Mariza.

Uma das novidades deste livro é que as investigações de António Parreira revelaram que, além dos fados Carlos da Maia, de Quadras e de Sextilhas, para a métrica de heptassílabo, “há também um de Quintilhas para a mesma métrica”, disse.

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