“Este ano, vamos ter mais um dia de festival, comparado com o ano passado; ao todo, vamos ter 17 concertos para o público em geral, três concertos ao domicílio e três ‘jam sessions’”, anunciou na terça-feira Ana Bento, da organização.
Aos jornalistas, a responsável esclareceu que foi possível acrescentar um dia ao festival, graças ao apoio da Câmara Municipal de Viseu, aos parceiros e também porque voltaram a receber apoio da Direção-Geral das Artes (DGArtes).
Ana Bento contabilizou ainda que, ao longo de oito dias, dilatados entre 30 de junho e 21 de julho, vão acontecer "18 horas de intenso ‘workshop’ de jazz para músicos e estudantes, 15 horas de oficina de experimentação e oito horas de rádio ao vivo”.
“Uma das novidades este ano é que vamos ter uma parceria com a ACERT [Associação Cultural e Recreativa de Tondela], ou seja, o concerto do coletivo Gira Sol Azul com um artista convidado vai estrear-se no Tom de Festa da ACERT [13 de julho] e só depois [19 de julho] é que acontece no parque, em Viseu”, adiantou.
Sem querer revelar, para já, o nome do artista convidado, Ana Bento disse que esta parceria nasceu do “constante diálogo com a ACERT por causa das datas dos dois festivais, para não coincidirem” o que acabou por proporcionar o concerto.
Da programação, a responsável destacou ainda que, este ano, os concertos ao domicílio no Instituto Vitor Fontes, no Estabelecimento Prisional de Viseu e no hospital psiquiátrico da cidade contam com a banda Senhor Jorge.
Os concertos juntam o coletivo Gira Sol Azul e o grupo Senhor Jorge, que nasceu com o viseense Jorge Novo que é sacristão de profissão e “fadista por paixão”, que lançou o seu primeiro disco em 2021.
O multi-instrumentalista Jorge Queijo apresenta-se a 30 de junho, depois de “uma residência artística em Viseu, a segunda que faz na cidade”, e cuja performance vai dar origem depois, em setembro, à gravação de um novo trabalho discográfico.
“Antes do pico da programação, temos Pedro Molina, um jovem que está a dar cartas na música, conquistou em 2023 o prémio de ‘melhor ensemble’ no concurso internacional de Jazz da Universidade de Aveiro”, anunciou.
No último fim de semana do festival, haverá concertos às 15h00, 19h00, 21h00 e 23h00 espalhados pelos palcos do parque Aquilino Ribeiro, do Teatro Viriato, do Museu Nacional Grão Vasco, da Casa do Miradouro e do Carmo 81.
Mäe Defays, uma compositora, cantora e guitarrista de ascendência africana, residente em França, sobe ao palco do parque (21h30) "para explorar o oceano da alma humana através de mundos simbólicos de água e terra, fundido música e poesia”, adiantou.
No mesmo dia 20 de julho, o projeto Nils Berg Cinemascope apresenta-se pelas 19h00 no Teatro Viriato, para “um concerto misturado com cinema”, fruto de um trabalho dos realizadores Nils Berg e Donovan von Martens numa “pequena aldeia” de Itália.
“É muito giro a forma como a música se funde com as imagens e com o som das imagens, desde as senhoras a lavarem roupa e a cantarem ao som da natureza”, adiantou Ana Bento.
Antes, pelas 17h00, na Casa do Miradouro, Sara Serpa e André Matos, dois músicos portugueses a residirem em Nova Iorque, apresentam-se em quarteto, com John O’Gallagher e João Pereira.
No dia 19, atuam Luís Vicente Trio e o projeto Ilda, que conta com “músicos portugueses que foram residir para Amesterdão, aos quais se juntaram outros músicos e, com base nessa cidade” dos Países Baixos “criaram uma experiência musical”.
A organização destacou ainda o sexteto Axes , do compositor e saxofonista João Mortágua e a apresentação de Joaquim Rodrigues, um elemento do coletivo Gira Sol Azul, que se apresenta o seu primeiro trabalho.
“Costumo tocar para os outros e desta vez é o meu trabalho, ‘Plexus’, com músicos que conheço e com quem toco há muitos anos e onde faço uma procura multidimensional, despida de preconceito, mais liberta”, assumiu Joaquim Rodrigues.
Ana Bento salientou também os concertos dos Conservatórios de Música de Coimbra, do Porto e do de Artes do Dão, em Santa Comba Dão, e ainda da Escola Profissional da Serra da Estrela.
O festival conta com “as habituais ‘jam sessions’, porque são um importante espaço para os jovens se aventurarem”, assim como “o workshop de jazz, que vai na 16.ª edição e deu origem ao festival, e conta com músicos e estudantes, o que desafia a que estas oficinas sejam uma reinvenção todos os anos para algo novo”.
Presente na apresentação do Que Jazz é este?, a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Viseu, Leonor Barata, destacou que o festival “equilibra muito bem o que é persistente e cria raízes e o que é novo e se atualiza com a mudança dos tempos”.
Comentários