“A primavera em Viseu começa em setembro, porque, pela primeira vez, vamos ter iniciativas do Festival Internacional de Música da Primavera, que acontece em abril de 2024, já este mês, com o primeiro concerto no dia 30”, anunciou o diretor artístico do festival, José Carlos Sousa.

O também diretor pedagógico do Conservatório Regional de Música Dr. Azeredo Perdigão, entidade que organiza o festival, disse hoje aos jornalistas que “fazer o prelúdio e poslúdio até julho só é possível graças ao apoio da DGArtes”.

“Concorremos pela primeira vez aos apoios da Direção-Geral das Artes [DGArtes] e conseguimos apoio financeiro em 35 mil euros e, com isso, é possível fazer extensões ao festival para quase todo o ano, de setembro a julho” de 2024, disse.

O primeiro concerto está agendado para 30 de setembro, no auditório do Conservatório Regional de Música Dr. Azeredo Perdigão, em Viseu, onde vai atuar o próprio José Carlos Sousa.

“É um concerto para ouvir, sem nada para ver, porque não haverá ninguém no palco. É música acusmática e com composições minhas que são uma homenagem ao conservatório aos professores e alunos”, adiantou.

José Carlos Sousa referiu que “é uma estreia, a peça está terminada, ou praticamente terminada, e tem como base os sons do conservatório, desde as portas a fecharem, as janelas, os passos no chão [de madeira] ou a fotocopiadora”, por exemplo.

“Não são os sons que os músicos trabalham, são sons que se vão tornar musicais”, definiu José Carlos Sousa, que, em antevisão ao concerto aberto ao público, disse que vão ser acolhidas “quatro turmas, uma da ACAPO e três das escolas secundárias” de Viseu.

O também compositor justificou que, “se não há ninguém em palco, se não há nada para ver, só para ouvir, faz sentido que estejam cá pessoas da ACAPO, porque é a forma natural de ouvirem música, os restantes passam por uma nova experiência”.

“O festival não tinha este prelúdio, e depois o poslúdio, e isso vai permitir ter sempre esta componente de ter um dia para trabalharmos com escolas ou instituições para trabalhar novos públicos”, justificou.

O diretor artístico do festival anunciou que os dois concertos seguintes são da responsabilidade de André Roque Cardoso, em 27 de outubro, e Ângela da Ponte, agendado para 18 de novembro.

O de Ângela da Ponte é, igualmente, um concerto de “música acusmática e resulta de um desafio lançado pelo festival para compor uma peça eletroacústica de obras da sua autoria”.

Já André Roque Cardoso “estará em palco a apresentar ‘sinistra: peças de piano para a mão esquerda’ e é um espetáculo assenta no seu trabalho discográfico ‘Adestro’ que fez após uma lesão no braço direito que o impediu de usar para tocar”.

O festival, que conta com “um apoio financeiro que é visto como um investimento” por parte da Câmara Municipal de Viseu, “é muito importante porque apresenta outros géneros de música e forma novos públicos”, reconheceu a vereadora da Cultura, Leonor Barata.