Durante o ensaio geral para a segunda semifinal do festival da Eurovisão, que decorreu na tarde desta quinta-feira, 14 de maio, a atuação da cantora israelita Yuval Raphael foi interrompida.

Em comunicado, o canal SRG SSR e organização do concurso adiantou que "seis pessoas, incluindo uma família, perturbaram o ensaio com bandeiras de grandes dimensões e apitos". "A equipa de segurança conseguiu identificar rapidamente os envolvidos e escoltá-los para fora da sala", pode ler-se na nota publicada pela estação suíça.

"Gostaríamos de agradecer a todos os artistas, delegações, equipa, fãs e convidados, incluindo muitas crianças, que estão a tornar a Eurovisão 2025 uma experiência única. Ao mesmo tempo, gostaríamos de salientar que os organizadores estão comprometidos com um ambiente neutro, seguro, inclusivo e respeitador", remata o comunicado.

A presença de Israel no concurso voltou este ano a ser contestada, à semelhança do ano passado, nomeadamente por artistas que já participaram no concurso e pela televisão pública espanhola.

Mais de 70 músicos, entre os quais Salvador Sobral, António Calvário, Fernando Tordo, Lena D’Água e Paulo de Carvalho, apelaram, à União Europeia de Radiodifusão (UER), para que exclua a participação de Israel.

Numa carta aberta, justificam o apelo com o facto de considerarem a televisão israelita KAN “cúmplice do genocídio contra os palestinianos em Gaza”.

A carta, publicada conjuntamente pela organização não-governamental Artists For Palestine e pelo movimento Boycott, Divestment, Sanctions (Boicote, Desinvestimento e Sanções, em português, BDS), é assinada por cantores, compositores, músicos, bailarinos e membros de coro de vários países.

A televisão pública espanhola, RTVE, pediu a “abertura de um debate” sobre a participação da KAN no festival da Eurovisão, numa carta dirigida à UER.

O pedido da RTVE surgiu depois de terem sido lançadas petições na Finlândia, no final de março, pedindo à televisão pública finlandesa Yle que pressionasse a UER para excluir Israel da edição de 2025, por causa da guerra em Gaza.

Dezasseis países competem hoje pelos últimos dez lugares na final do 69.º Festival Eurovisão da Canção, marcada para sábado em Basileia, na Suíça, e para a qual Portugal já foi selecionado, com a canção “Deslocado”, dos Napa.

Na semifinal do concurso competem: Austrália (com a canção “Milkshake man”, interpretada por Go-Jo), Montenegro (“Dobrodošli”/ Nina Žižić), Irlanda (“Laika party”/EMMY), Letónia (“Bur Man Laimi”/Tautumeitas), Arménia (“Survivor”/PARG), Áustria (“Wasted love”/JJ), Grécia (“Asteromáta”/Klavdia), Lituânia (“Tavo Akys”/Katarsis), Malta (“Serving”/Miriana Conte), Geórgia (“Freedom”/Mariam Shengelia), Dinamarca (“Hallucination”/Sisal), República Checa (“Kiss Kiss Goodbye”/ADONXS), Luxemburgo (“La Poupée Monte Le Son”/Laura Thorn), Israel (“New Day Will Rise”/Yuval Raphael), Sérvia (Mila/Princ) e Finlândia (“Ich Komme”/Erika Vikman).

Na semifinal de hoje, além dos 16 temas em competição, serão apresentadas as canções de outros países com entrada direta na final – França (“maman”/Louane), Alemanha (“Baller”/Abor&Tynna) e Reino Unido (“What The Hell Just Happened?”/Remember Monday).

Este ano, participam 37 países no Festival Eurovisão da Canção, mas à final só chegam 26: os dez escolhidos hoje, dez que foram selecionados na terça-feira, na primeira semifinal, os chamados ‘Big Five’ e o país anfitrião, vencedor da edição do ano passado.

Na primeira semifinal foram selecionados: Portugal, Noruega, Albânia, Suécia, Islândia, Países Baixos, Polónia, São Marino, Estónia e Ucrânia.

Nesse dia, foram também apresentadas as canções de Espanha, de Itália e da Suíça.