O evento pretende ainda defender o património das pedras e da água da freguesia localizada no extremo norte do município de Castelo Branco, a cerca de 30 quilómetros, e regressa agora após a pandemia de COVID-19, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara, Leopoldo Rodrigues.

“São Vicente da Beira é uma freguesia de Castelo Branco, que já foi sede de concelho, e que infelizmente tem vindo a perder população ao longo do tempo. Mas é uma terra que tem muita história. Aquelas terras e aquelas pedras respiram cultura, respiram património”, afirmou Leopoldo Rodrigues.

“É uma localidade muito significativa em termos culturais, ao nível do património construído, mas também do património imaterial e ambiental, com a serra da Gardunha e tudo aquilo que ela representa”, destacou.

Sobre o tema do festival – água mole em pedra dura – Leopoldo Rodrigues observou que são duas temáticas “muito importantes” para a freguesia: “Por um lado, a água, São Vicente da Beira tem uma marca de águas que está no mercado, tem já um peso interessante em termos económicos e a fábrica é um bom empregador na vila”.

“E depois tem o granito duro da serra da Gardunha, que se impõe e afirma também aquele território. O que pretendemos é valorizar os aspetos mais ambientais, mas também do património cultural”, frisou Leopoldo Rodrigues.

Por outro lado, os objetivos da autarquia de Castelo Branco passam pelo evento se constituir como um polo de atração, não só para a população do concelho, mas também de outros municípios do país.

“Nem sempre é fácil concretizar esse objetivo, até porque no concelho de Castelo Branco temos um conjunto muito variado de atividades e muito diferenciadas. Mas o nosso objetivo é o de que este festival tenha essa potencialidade, vir a atrair pessoas não apenas do nosso concelho, mas também pessoas de fora que tenham o festival como mote para depois descobrirem o que há de tão interessante na proximidade de São Vicente da Beira e nesta região”, enfatizou.

No sábado, o festival – que tem o seu epicentro na praça 25 de Abril, onde se localiza a sede da junta de freguesia - inclui uma exposição de minerais “recolhidos nas proximidades de São Vicente da Beira, mas também noutras regiões do país e estrangeiro”, um momento com um contador de histórias, estátuas humanas ou a apresentação de um livro sobre a etnografia local.

Na animação musical, está previsto um espetáculo com a Sociedade Filarmónica Vicentina, “também ela um elemento importante neste património cultural” e um concerto da cantora Micaela.

No domingo, destaque para um passeio pedestre “destinado a visitar ou revisitar não apenas São Vicente da Beira, mas também os locais em redor” da sede da freguesia, disse o presidente da Câmara.

Sob o tema “Granito Líquido”, o passeio inclui uma representação cénica do grupo de teatro Váatão: “Vai criar um ambiente de maior proximidade com os participantes no passeio, os atores vão interagir com as pessoas”, revelou.