
Depois do explosivo "BRAT Summer" de Charli XCX no arranque da edição de 2025 do Primavera Sound Porto, esta sexta-feira, 13 de junho, as atenções dividiram-se — e muitos festivaleiros desejaram ter o dom da ubiquidade. Beach House e Liniker atuaram em simultâneo, entre as 22h00 e as 23h00. O mesmo aconteceu com os concertos de Deftones e Denzel Curry, que também coincidiram no horário.
Cabeça de cartaz do dia, Central Cee subiu ao palco Porto pouco depois das onze da noite e foi recebido por uma plateia empolgada, mas à espera para ser surpreendida. Sempre a tentar puxar pelo público, o rapper britânico de Shepherd's Bush, Londres, conseguiu cativar os espectadores - e não apenas os fãs fiéis.
O alinhamento contou com temas de “Can’t Rush Greatness” e “Wild West”. Os grandes sucessos virais com Dave, que somam milhões de reproduções nos serviços de streaming foram o grande motor da noite, com “UK Rap” e “Sprinter” a carimbarem os momentos altos no Primavera Sound Porto.

No Porto, Central Cee entregou tudo o que os fãs esperavam: “Doja”, que abriu a atuação, “GBP”, “Did It First”, “CRG”, “Overseas” e “LET GO”, os temas do rapper mais ouvidos no Spotify, não ficaram de fora, levando a multidão numa viagem com batidas fortes e melódicas.
O concerto foi um mergulho direto no universo londrino que molda a identidade de Central Cee - onde a música nasce das ruas, respira o dia a dia e ganha força ao vivo.
O regresso dos Deftones

Dez minutos depois do final do concerto de Central Cee, o anfiteatro natural do palco Vodafone encheu-se para receber os Deftones. A banda de Chino Moreno (vocalista), Stephen Carpenter (guitarrista), Abe Cunningham (baterista), Frank Delgado (teclista) e Sergio Vega (baixista) conta já com uma longa história de ligação a Portugal, mas não visitava o país desde 2017, ano em que atuou no Super Bock Super Rock - em 2021, o grupo foi confirmado no North Festival, no Porto, mas o festival foi cancelado devido à pandemia da COVID-19.
Desde a última passagem por Portugal, a banda de Sacramento, Califórnia, editou um novo álbum, "Ohms" (2020), o sucessor de “Gore”, de 2016.
No Primavera Sound Porto, do mais recente disco, Chico Moreno e companhia apenas trouxeram um tema, “Genesis”, com os grandes sucessos de discos como “Adrenaline” (1995), “Around the Fur” (1997), “White Pony” (2000), “Diamond Eyes” (2008) ou “Koi No Yokan” (2012) em destaque.

"Porque estão no Primavera Sound Porto? Porque uma mistura de herança cultural, inovação, emoção, intensidade, união e comunidade pode ser aquilo que faltava para que a experiência no Universo Primavera seja única”, destacou a organização no anúncio. E foi tudo isso que se sentiu - o poderoso alinhamento combinado com a garra da banda, conquistou tudo e todos, num concerto que ficará na memória.
"Be Quiet and Drive (Far Away)", "Change (In the House of Flies)", "Sextape", "My Own Summer (Shove It)" ou "Digital Bath" agitaram a multidão, que cantou a maioria dos versos a uma só voz - e sem medo de a perder.
"Minerva", "Bored" e "7 Words" serviram de banda sonora para a despedida, com os fãs a desejarem um regresso em breve. Até lá, fica gravadas na memória esta noite onde se cruzaram gerações: desde os que assistiam ao vivo pela primeira vez até aos fãs de longa data, verdadeiros veteranos que acompanham a banda em todas as visitas a Portugal.
À mesma hora, no palco Revolut, Denzel Curry esteve ao leme da multidão enérgica - foram vários os moches. A cada canção, a energia do público renova-se e alimentava a adrenalina e motivação do rapper norte-americano.
O feitiço dos Beach House e a força de Liniker
Antes dos concertos de Central Cee e dos Deftones, os Beach House brilharam no Primavera Sound Porto. Victoria Legrand e Alex Scally convidaram o público a entrar no seu universo, onde a dream pop é rainha.
Com canções como “Master of None”, “Silver Soul”, “Take Care”, “Lazuli”, “Myth”, “Space Song”, “Drunk in L.A.”, a dupla de Baltimore embalou e enfeitiçou os corações dos fãs, que balançaram e cantaram a uma só voz.

À mesma hora, no palco Revolut, Liniker provou, mais uma vez, porque merece a coroa de rainha da nova música popular brasileira. No Primavera Sound Porto, a cantora de São Paulo apresentou o seu mais recente disco, “Caju”.
No palco do festival, a artista apresentou uma versão reduzida do seu espetáculo, mas há boas notícias para todos os fãs: Liniker regressa a Portugal para dois concertos especiais. A artista vai estrear-se no MEO Arena, em Lisboa, a 10 de outubro e, no dia 11, vai subir ao palco da Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota, no Porto.
Esta sexta-feira, 13 de junho, o Primavera Sound Porto recebeu ainda as Anavitória, que apresentaram ao vivo o seu mais recente disco, “Esquinas”. No final do concerto, a dupla brasileira conversou com o SAPO Mag - veja aqui.
Michael Kiwanuka também foi um dos destaques do segundo dia do festival. No palco Porto, o artista britânico conduziu o público numa viagem carregada de emoção.
Jamie xx, HAIM e Wet Leg são alguns dos destaques do terceiro dia do Primavera Sound Porto.
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