Não foram muitos os que acorreram ao RCA Club para assistir à atuação dos americanos Caspian. Depois de, no dia anterior, ter estado presente no Porto, a banda veio até à capital para apresentar o seu mais recente álbum, "Waking Season", para cerca de 200 pessoas.

Originários de Beverly, Massachusetts, Estados Unidos, os Caspian produzem música com melodias potentes e emotivas, que tenta sempre tocar no coração do seu público. Depois de três álbuns ("The Four Trees", "You Are The Conductor" e "Tertia"), foi o disco "Waking Season" a ser apresentado em território nacional, mostrando que, álbum após álbum, a fasquia continua elevada.

Ao longo de cerca de 90 minutos, os art rockers americanos deslumbraram os presentes com a sua fórmula de rock instrumental ressonante e dramática, em vários temas da sua discografia. Assim, não é de admirar que canções como “Halls Of The Summer”, “Gone In Bloom And Bough”, “ASA” ou “Ghosts Of The Garden City” se tenham mostrado fortes e eficazes nas suas versões ao vivo. Lá pelo meio, o frontman da banda, Philip Jamieson, ia agradecendo aos presentes, referindo ainda que, no final do jogo, poderiam beber umas cervejas e trocar dois dedos de conversa com todos os interessados.

É certo que o estilo dos Caspian pode levar a que muitos os considerem repetitivos, contudo, são temas como “Further Up” (guardado lá mais para final do concerto) que mostram a verdadeira beleza e as elegantes estruturas do género pós-rock.

Já no encore, os Caspian regressam para apresentar uma dominante “The Raven” e, logo de seguida, “Sycarome”, que, no final, contou com a presença de todos os membros na bateria, numa percussão agressiva.

Um concerto incrível, mas que merecia muito mais gente, não obstante o facto de haver pouco público ter alguns sinais positivos: todos se respeitam uns aos outros e, miraculosamente, não vimos ninguém de telemóvel na mão a tirar fotos. Como se a única coisa que realmente interessasse fosse a música. E isso é bonito!

A abertura do concerto dos Caspian esteve a cargo de duas bandas: os portugueses Katabatic e os austríacos Lehnen. Comecemos pelos 'tugas', que tiveram cerca de 20 pessoas a assistir ao seu concerto. Temas como “Light Hexagons” resultaram bem ao vivo, contudo, os Katabatic apresentam moldes sempre muito semelhantes em todas as músicas, o que fez com que o entusiasmo do público nem sempre fosse elevado. Não obstante, 40 minutos em bom nível, de uma banda que quer mostrar serviço.

Quanto aos Lehnen, que já deviam ter entre 50 a 60 pessoas na assistência, acabaram por conseguir gerar mais atenção e entusiasmo no público. Até porque, sejamos sinceros, estes austríacos têm muito mais pujança e são muito mais explosivos. Temos a certeza que quem os viu e não conhecia ficou impressionado e vai querer ouvir mais em casa.