Aos 47 anos, o cantor norte-americano amadureceu como artista e agora tem interesses diversos, como a espiritualidade oriental e a luta profissional, ao mesmo tempo que se recusa a tornar-se num caso de nostalgia musical. No álbum mais recente dos Smashing Pumpkins, "Monuments to an Elegy", editado esta semana, tenta retomar uma sonoridade épica.
Líder, letrista e único membro fixo da banda, Corgan descreveu o álbum como o último volume de "Teargarden by Kaleidyscope", um álbum conceptual mais amplo, com canções inspiradas em cartas de tarot. A banda pretende editar outro disco em 2015.
Apesar de durar pouco mais de 30 minutos, "Monuments to an Elegy" segue o estilo de Corgan, apaixonado pela justaposição de elementos de guitarra e música eletrónica - uma receita que alcançou o auge do sucesso com o álbum duplo de 1995, "Mellon Collie and Infinite Sadness", um dos mais elogiados do grupo.
"Monuments to an Elegy" começa com um som que remete para os Pumpkins dos anos 1990. A primeira faixa, "Tiberius", tem um teclado que abre espaço para o som da guitarra, algo que poderia ter vindo dos dois primeiros discos da banda, os mais pesados "Gish" e "Siamese Dream".
"Being Beige", o primeiro single, chega a um som mais duro enquanto Corgan lamenta: "I don't love you, for what it's worth/ So if you're leaving, can you hurt?". Depois de "Run2me" e "Dorian", o álbum faz uma viragem significativa para um som mais eletrónico, com ecos dos New Order.
Mais para o fim, "Monuments to an Elegy" segue o caminho do rock pesado clássico em "Anti-Hero", que permite expor as virtudes do baterista-surpresa do disco, Tommy Lee, do Mötley Crüe.
Ao ser questionado sobre como foi trabalhar com a referência do heavy metal e ex-marido da modelo Pamela Anderson, Corgan disse Tommy Lee era "um grande baterista" e que "não há nada como nos sentarmos à volta de uma piscina e ouvirmos coisas que não acreditamos que tenham acontecido ou que seriam fisicamente possíveis com outro ser humano".
Corgan deu a entender que o disco que vai editar no próximo ano, "Day for Night", terá um som ainda mais pesado.
Projetos experimentais
Numa pequena digressão para promover "Monuments to an Elegy", os Smashing Pumpkins fizeram a concessão de tocar alguns clássicos, como "Disarm". Ao mesmo tempo, Corgan dedica seu tempo a projetos mais experimentais.
Este ano, criou uma interpretação de oito horas do romance de Hermann Hesse "Siddhartha" (1922), inspirada em Buda. Depois apresentou a obra de forma gratuita numa casa de chá que criou no subúrbio de Chicago, a sua cidade natal.
No sábado, estreou em Chicago um musical curto com o título "Pretty Persephone", sobre os Mistérios Eleusinos, o reservado ritual sagrado da Grécia antiga.
O músico espiritualista também fundou uma companhia de luta profissional, que organiza combates na região de Chicago.
@AFP
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