O videojogo mais vendido da história e que se tornou um fenómeno cultural, “Minecraft” chega ao cinema com os seus gráficos baseados em cubos, numa super produção que espera convencer o grande público sem dececionar os fãs.

"Um Filme Minecraft", com Jack Black (“Jumanji”), Jason Momoa (“Aquaman”), Danielle Brooks (a série “Orange is the New Black”) ou Emma Myers (a série “Wednesday”), é lançado na quinta-feira em Portugal, um dia antes da América do Norte.

O filme, uma mistura de cenários digitais e imagens ao vivo, acompanha as aventuras de quatro personagens lançadas neste universo de tijolos e blocos. Os elementos familiares dos jogadores prometem estar presentes, incluindo Steve (Jack Black), avatar principal do jogo, e os 'creepers', os inimigos com potencial explosivo.

Destinada a todos os públicos, esta produção terá custado 150 milhões de dólares, segundo a imprensa norte-americana (quase 139 milhões de euros, à cotação do dia). É um dos maiores lançamentos do primeiro semestre no cinema, antes da último capítulo de “Missão: Impossível” em maio.

"Minecraft", original sueco que caiu nas mãos da gigante da informática Microsoft, espera seguir os passos de "Super Mario Bros: O Filme", ​​lançado há dois anos que se tornou a adaptação de um videojogo mais lucrativa da história, com 1,3 mil milhões de dólares arrecadados nas bilheteiras mundiais (1,2 mil milhões de euros).

Isto também é um risco para o estúdio Warner, que cultivou o sigilo à volta do filme até ao seu lançamento, como agora acontece com as grandes produções americanas, controlando assim a comunicação e abrigando-o dos críticos de cinema.

Algo ainda maior nos cinemas

“Para os cinemas, esperamos que seja algo ainda maior, na França e em todo o mundo, onde o mercado atualmente está um pouco parado”, explicou à agência France-Presse (AFP) Eric Marti, diretor da Comscore, empresa especializada em bilheteira.

Em teoria, a longa-metragem tem algo para seduzir: “Minecraft”, lançado há 16 anos, é o videojogo mais vendido da história, com mais de 300 milhões de cópias, e as silhuetas cúbicas das suas personagens tornaram-se incortornáveis na cultura pop.

Prova de que o seu universo foi muito além dos 'gamers', muitos utilizadores recorrem a ele para projetos educacionais ou arquitetónicos, para formar comunidades ou para combater a censura.

O que faltava era conquistar o grande ecrã. Um desafio onde muitos videojogos já falharam. Se, “com 'Super Mario', um jogo muito transgeracional, o limite parece ter sido partido para os videojogos no cinema, (…) 'Minecraft' não tem necessariamente a mesma capacidade de se tornar universal”, alerta Eric Marti.

“Certas adaptações de videojogos para o cinema sofreram grandes fracassos, como 'Street Fighter' ou 'Mortal Kombat'”, acrescenta Julien Pillot, especialista em culturas digitais. “Outros tiveram sucesso comercial sem serem altamente considerados pelos jogadores.”

Mas “Minecraft” é diferente: não é um jogo de luta nem um jogo de plataforma, é uma enorme 'caixa de areia' sem cenário pré-determinado, na qual os jogadores podem criar os seus objetos e o seu universo.

O sucesso do filme poderá, portanto, ser representado “pela sua capacidade de contar uma boa história”, sublinha Julien Pillot, que compara a questão à que rodeava os filmes "Lego", uma marca “muito 'mainstream', com um forte posicionamento gráfico”.

O sucesso ou fracasso do filme será escrutinado enquanto este tipo de adaptações estiver em voga, desde “Sonic” ao filme em imagem real extraído do universo do videojogo “The Legend of Zelda”, já anunciado para 26 de março de 2027.

Sem falar em séries como “The Last of Us”, com Pedro Pascal imerso num universo pós-apocalíptico, que tem tido um sucesso fenomenal e cuja nova temporada chega a 14 de abril à plataforma Max.

"Um Filme Minecraft" é realizado pelo nomeado ao Óscar Jared Hess, de "Ninety-Five Senses" e "Super Nacho - O Herói do Wrestling ".

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