Stephen King anunciou nas redes sociais a recusa em votar na edição deste ano dos Óscares.

O aclamado escritor de 77 anos é um dos mais de dez mil membros ativos com direito voto na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

O anúncio das nomeações estava originalmente marcado para esta sexta-feira, dia 17, mas foi adiado duas vezes por causa dos incêndios que atingiram o condado de Los Angeles. A nova data é 23 de janeiro e o prazo de votação também já foi prolongado até às 17h00 locais precisamente desta sexta-feira.

A 97.ª cerimónia permanece marcada para 2 de março, mas o escritor juntou-se aos que vêm apelando ao seu cancelamento após uma tragédia que já causou 25 mortos (número que as autoridades estimam que irá subir substancialmente) e onde já arderam mais de 5.700 hectares, pelo menos sete mil estruturas foram destruídas e existem 180 mil deslocados.

"Não vou votar nos Óscares este ano. Na minha opinião deviam cancelá-los. Nada de glamour com Los Angeles a arder", escreveu Stephen King na rede social Bluesky.

O escritor não é o primeiro a sugerir o cancelamento da cerimónia: Jean Smart, a estrela da série "Hacks", tem sido uma das vozes mais proeminentes, dizendo que as receitas televisivas deviam ser doadas às vítimas e aos bombeiros.

Já Rosanna Arquette diz que a temporada dos prémios, que também inclui os Grammys a 2 de fevereiro, devia ser transformada em maratonas televisivas para angariar dinheiro para as comunidades afetadas.

Outros discordam, dizendo que a temporada de prémios é um dos maiores eventos do ano na cidade, que dão emprego a centenas de pessoas.

Mesmo durante a Segunda Guerra Mundial ou na fase mais grave da COVID-19, os Óscares nunca foram cancelados.

Num artigo na terça-feira, a revista especializada The Hollywood Reporter esclarecia que fontes da Academia desmentiam o tabloide britânico The Sun, que garantia numa matéria que se tornou viral que a cerimónia estava prestes a ser cancelada, colocando a data errada e citando Tom Hanks, Emma Stone, Meryl Streep e Steven Spielberg como membros de um inexistente comité de aconselhamento na Academia.

O verdadeiro Conselho de Governadores da Academia, é composto por 55 pessoas, das quais quatro perderam as suas casas nos incêndios, mas não inclui as estrelas que são citadas. Foi responsável pelo prolongamento da votação e adiamento do anúncio das nomeações e outros eventos, bem como o cancelamento do luxuoso almoço dos nomeados.

As fontes disseram à revista que o sentimento predominante na liderança da Academia é que a cerimónia é para continuar, 'de uma forma digna que ajudaria a angariar fundos e a celebrar o trabalho no combate aos incêndios'.