Racismo, racialização, identidade e desigualdade racial são alguns dos temas presentes num ciclo de cinema e debates que a associação SOS Racismo organiza este mês no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.

A convite do festival DocLisboa, a associação SOS Racismo desenhou uma iniciativa, hoje anunciada, que junta sessões de cinema e conversas a partir do dia 19 e designada "O Cinema para uma Luta Anti-Racista".

"É uma proposta para a reflexão sobre a identidade do sujeito racializado presente no olhar coletivo da nossa sociedade", refere a organização.

O ciclo abrirá com a curta documental "Olhares sobre o racismo" (2020), de Bruno Cabral, Eddie Pipocas e Dércio Ferreira, sobre três décadas de luta antirracista em Portugal, a partir do testemunho de pessoas como a ativista cigana Maria Gil, o músico Xullaji e Lúcia Furtado, da associação Femafro. A sessão contará com a presença de Dércio Ferreira.

A 20 de julho serão exibidos dois episódios da série "Racismo à Portuguesa" (2017), feitos por Joana Gorjão Henriques e Frederico Baptista para o jornal Público. Num dos episódios é abordado o sistema judicial português e a perpetuação de preconceitos raciais, e noutro fala-se sobre o acesso à habitação por parte de pessoas negras e imigrantes.

A programação contará ainda, por exemplo, com "Treino periférico" (2020), de Welket Bungué, e "Canto de Ossobó" (2017), de Silas Tiny.

O ciclo termina a 25 de julho com "Era uma vez um arrastão" (2005), de Diana Andringa, Mamadou Ba, Bruno Cabral, Joana Lucas, Jorge Costa e Pedro Rodrigues, a partir de um incidente ocorrido em 2005 na praia de Carcavelos, Cascais.

As receitas de bilheteira revertem a favor da SOS Racismo.