Um sexto filme "Piratas das Caraíbas" sem Johnny Depp como o Capitão Jack Sparrow seria "criminoso".

Esta é a opinião de Kevin McNally, que no papel de Mr. Gibbs, o imediato de Jack Sparrow, é um dos poucos atores que entrou em todos os filmes desde 2003.

Até 2017, a Disney arrecadou cerca de 4,5 mil milhões de dólares, mas o capítulo mais recente, "Homens Mortos Não Contam Histórias", ficou pelos 794 milhões nas bilheteiras a nível mundial.

A comunicação social especializada notou que era um sinal de "esgotamento" da saga: o quarto filme, "Por Estranhas Marés", passou os mil milhões em 2011.

Os rumores da saída de Johnny Depp surgiram no verão de 2018 e em dezembro, Sean Bailey, chefe de produção de filmes da Disney, conseguiu nunca mencionar o nome do ator quando confirmou à publicação especializada The Hollywood Reporter (THR) que os planos passavam por relançar a saga e questionado se ela poderia sobreviver sem a sua estrela principal, respondeu que o objetivo era trazer uma "nova energia e vitalidade".

Segundo a imprensa especializada, estão dois projetos em andamento: um sexto filme para reinventar a saga em que a Disney estará a pensar confiar o papel de protagonista a Karen Gillan (de "Guardiões da Galáxia"), enquanto Margot Robbie confirmou o seu envolvimento numa ideia  separada com um elenco liderado por atrizes.

"O meu sonho é que algum tipo de ligação será necessário entre o que existiu antes e qualquer que seja a bizarra incarnação que irá chegar. Mas sinceramente, acho que o meu destino está tão ligado com o do Johnny que sairei com ele, se de facto ele sair", explicou Kevin McNally ao The Respondent, o podcast do colega dos filmes Greg Ellis.

Greg Ellis, Geoffrey Rush e Kevin McNally em "Piratas das Caraíbas - Por Estranhas Marés" (2011)

Durante a emissão os dois atores estão claramente do lado de Johnny Depp: Kevin McNally descreve-o como um "belíssimo ser humano" que conhece há 22 anos e recorda o encontro com a sua então esposa Amber Heard e a impressão de ser "fria e calculista".

O "imediato" é claro quando questionado se Depp devia estar envolvido num sexto filme.

"A resposta simples a isso é sim. Os meus sentimentos sobre isso são muito complexos porque, de certa forma, existia uma ligeira sensação de que a saga em si se tinha esgotado um bocado, portanto um relançamento é uma ideia razoável. Não acho que isso, se se concentrar em personagens mais jovens, deva excluir Jack Sparrow", acrescentou.

Kevin McNally recordou a experiência que foi ver Depp transformar-se no pirata durante os ensaios e na rodagem.

"Estar lá quando alguém cria uma lenda moderna... absolutamente extraordinário. Parece-me criminoso alguém querer deitar isso fora", explicou.

O ator ainda acrescentou que está sempre a encontrar fãs que ainda não se cansaram de Jack Sparrow.

"Muitas pessoas não irão e ver um filme dos 'Piratas' em que o Johnny não esteja", avisou.

"Para mim, seria difícil fazê-lo. Iria parecer um bocado esquisito. E de qualquer forma, para quê fazê-lo? Por que não criar apenas uma nova saga?", sugeriu.

A Disney terá colocado Johnny Depp de fora muito antes de este ter perdido o caso contra o tablóide The Sun que o acusava de violência doméstica no início de novembro.

Em causa terão estado comportamentos erráticos durante a rodagem de "Homens Mortos Não Contam Histórias", desvendados numa investigação do The Hollywood Reporter (THR) em Maio de 2017: atrasos sistemáticos para a rodagem na Austrália, o consumo de álcool e a dependência de drogas (o THR revelou em dezembro de 2020 que foi a razão para o mediático episódio do ferimento num dedo que o levou a ser operado de urgência nos EUA e a parar a produção durante duas semanas) e os confrontos físicos com Amber Heard.