A caminho dos
Óscares 2022
"O Poder do Cão" parte claramente na frente para a próxima cerimónia dos Óscares, que se realiza a 27 de Março.
Foram 12 as nomeações e em praticamente todas as categorias principais: Filme, Realização (Jane Campion), Ator Principal (Benedict Cumberbatch), Atores Secundários (Kodi Smit-McPhee e Jesse Plemons), Atriz Secundária (Kirsten Dunst) e Argumento Adaptado, além de Fotografia, Montagem, Direção Artística, Banda Sonora e Som.
Apesar dos prémios das associações de críticos e as nomeações dos sindicatos profissionais de Hollywood, não faltaram surpresas e apesar do impacto da pandemia na indústria, desde a produção dos filmes às bilheteiras, foram batidos vários recordes.
Além de "O Poder do Cão" bater o recorde de nomeações para um filme realizado por uma cineasta, Jane Campion conseguiu a oitava nomeação feminina na categoria de Melhor Realização em 94 anos de história dos Òscares e tornou-se a única repetente na categoria: fora nomeada com "O Piano" em 1993, que lhe valeu a estatueta de Argumento Original.
É a grande favorita para ganhar a estatueta.
Na história dos Óscares e graças à nova versão de "West Side Story", Steven Spielberg tornou-se o primeiro cineasta nomeado em seis décadas diferentes, assim como os seus filmes: o primeiro foi "Tubarão" em 1975, enquanto como realizador estreou-se dois anos mais tarde nas nomeações com "Encontros Imediatos do Terceiro Grau". As oito nomeações como realizador colocam-no ainda ao lado do grande Billy Wilder e apenas atrás de Martin Scorsese e William Wyler; como produtor, também é o primeiro a conseguir 11 nomeações para Melhor Filme.
Graças a "Belfast", Kenneth Branagh, que nunca ganhou, também bateu um recorde, pois foi nomeado em sete categorias diferentes ao longo da carreira: Melhor Filme (como produtor de "Belfast"), Realização ("Belfast" e "Henrique V"), Ator ("Henrique V"), Ator Secundário ("A Minha Semana Com Marilyn"), Argumento Original ("Belfast") e Adaptado ("Henrique V"), e Curta-Metragem em Imagem Real ("Swan Song"). Antes, George Clooney, Alfonso Cuarón e Walt Disney tinham a distinção de terem sido nomeados em seis categorias.
Entre os atores, Troy Kotsur tornou-se o primeiro ator surdo nomeado para um Óscar como secundário em "CODA - No Ritmo do Coração" e o segundo na história das estatuetas; a primeira foi a sua colega no filme Marlee Matlin, que ganhou como Melhor Atriz com "Filhos de um Deus Menor" em 1986.
Diane Warren também aumenta para 13 o recorde da compositora mais vezes nomeada para Melhor Canção... e nunca ganhou.
A primeira nomeação já é longínqua: foi com a comédia juvenil "Manequim", em 1987.
Lançado no Festival de Cannes, "Drive my Car" tornou-se o filme japonês mais nomeado na história dos Óscares.
Foram quatro categorias, o que não aconteceu nem na era de Akira Kurosawa: Melhor Filme, Filme Internacional, Realização (Ryūsuke Hamaguchi) e Argumento Adaptado.
Absolutamente sem precedentes é o feito das três nomeações da animação dinamarquesa "Flee - A Fuga": a história verídica de um homem que, à beira do casamento, partilha pela primeira vez o seu passado de refugiado do Afeganistão conseguiu uma raríssima nomeação no género para Melhor Filme Internacional e Melhor Documentário, além de Longa-Metragem de Animação.
Antes de "Flee", só o animado “A Valsa com Bashir” tinha conseguido a nomeação ao então designado Óscar de Melhor Filme de Língua Não Inglesa, mas sem conseguir acumular com o de Melhor Documentário ou Longa-Metragem de Animação.
Ainda na categoria de Melhor Filme Internacional, houve uma grande surpresa: o Butão conseguiu a primeira nomeação da sua história com “Lunana: A Yak in the Classroom”, curiosamente um filme que já tinha sido submetido pelo país o ano passado mas que fora então desqualificado pela Academia por não ter cumprido os critérios de seleção.
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