Nos seus 15 anos, o maior desafio de um Festival especializado em Cinema de Terror é o de competir com o próprio terror quotidiano, ainda mais tendo em conta que se atravessa uma pandemia que confinou e transformou o dia-a-dia num “novo normal”. É perante esses obstáculos que o MOTELx apresenta uma “programação possível”, um "buffet" do melhor cinema de género que permitiu este ano típico e de sequela “covidianas”.
A decorrer de 7 a 13 de setembro no Cinema de São Jorge, a abertura será em grande com o muito antecipado “A Lenda do Cavaleiro Verde”, do realizador de culto David Lowery, uma reinvenção arturiana com protagonismo de Dev Patel, o filme eleito para dar o pontapé de saída para mais uma Lisboa assombrada.
No cardápio de sustos é possível deslumbrar-se por esperadas produções, nomeadamente o novo filme de Ben Wheatley, “In the Earth”, passando pelo festim "gore" recentemente estreado “The Sadness” (“o facto deste filme ter estreado em Locarno é um verdadeiro mistério” atirou João Monteiro, um dos diretores e programadores do festival, numa conversa com o SAPO Mag que ficará disponível em breve) ou o combate mortal entre animatrónicos assassinos e Nicolas Cage em “Willy’s Wonderland”.
Mas o terror faz-se no feminino nesta edição, com mulheres assassinas em série, num pequeno ciclo que vem demonstrar o vazio ainda notável desta invariável personagem e inclui “Audition”, o tão célebre filme de Takashi Miike, o proibido fruto de “Baise-Moi” ou o convencional “Monster”, obra que garantiu o Óscar a Charlize Theron de Patty Jenkins, a mesma realizadora dos êxitos “Mulher Maravilha”.
Entre as novidades na língua de Camões, conta-se a estreia lisboeta da metragem de Carlos Conceição “Um Fio de Barba Escarlate” na Competição Europeia e de mais uma, e habitual, secção de quarto perdido, com o género vincado numa trilogia inacabada de Joaquim Leitão (“Inferno”, “20,13 Purgatório”).
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