Tudo começou com o célebre romance de
Camilo Castelo Branco, publicado em fascículos em meados do século XIX. A narrativa longa e folhetinesca de
«Mistérios de Lisboa», actualmente coligida num volume de cerca de 600 páginas, está na base do mais recente filme do chileno Raúl Ruiz produzido por Paulo Branco e que está a recolher os mais rasgados elogios que um filme português alguma vez recebeu na imprensa internacional.

A história envolve paixões arrebatadas, duelos mortais, identidades misteriosas e negócios tenebrosos, com a acção distribuída por Portugal, França, Itália e Brasil. E paixão também foi o que teve o realizador pelo filme, de tal maneira que, quando muitos pensaram que podia não recuperar da doença que o minava durante a produção,
Raúl Ruiz acabou por ser resgatado à morte pela vontade de terminar o projecto.

O elenco é de luxo e conta nas personagens principais com
Adriano Luz,
Maria João Bastos,
Ricardo Pereira,
Albano Jerónimo e
Afonso Pimentel, à frente de um conjunto de actores que integra estrelas internacionais como
Léa Seydoux ou
Melvil Poupaud.

O projecto
«Mistérios de Lisboa» não se esgota na projecção em cinema, com quatro horas e meia de duração, já que ressurgirá em 2011 como série de televisão de seis episódios na RTP.

O sucesso internacional tem sido verdadeiramente esmagador com uma recepção elogiosa em periódicos como o «New York Times», «Les Inrockuptibles», «Cahiers du Cinéma», «Le Figaro», «Libération», «Paris Match» ou «Le Monde», tendo neste último até espaço na primeira página.

Adriano Luz sobre a sua personagem no filme.