Kenneth Tsang, uma figura forte da "era de ouro" do cinema cantonês de Hong Kong, morreu num hotel daquela região administrativa especial chinesa esta quarta-feira, enquanto cumpria a quarentena obrigatória após regressar de uma viagem ao estrangeiro, avançou a comunicação social local.

O ator de 86 anos foi encontrado por funcionários do hotel da quarentena por volta do meio-dia (seis da manhã em Lisboa).

Para os fãs do cinema de Hong Kong e cantonês, Kenneth Tsang, nascido a 2 de setembro de 1935, era um nome familiar graças a uma carreira que durou seis décadas e com mais de 200 créditos. Foi também o rosto de uma marca de tinta para o cabelo durante quatro décadas.

À esquerda, Kenneth Tsang em "Crime em Hong Kong II"

Embora tenha começado a representar no início dos anos 1960, muitas vezes como protagonistas em filmes de detetives e artes marciais, muitos dos seus papéis mais memoráveis chegaram durante a era de ouro do cinema de Hong Kong, nas décadas de 1980 e 1990, nomeadamente às ordens de John Woo em "Crime em Hong Kong" e "Crime em Hong Kong II", "The Killer" e "Once a Thief", além de "Peking Opera Blues" e "Supercop, a Fúria do Relâmpago".

Foi ainda uma das poucas estrelas de Hong Kong dessa era a chegar a Hollywood com papéis secundários, principalmente de vilões, em filmes como "Assassinos Substitutos", "Ana e o Rei", "007 - Morre Noutro Dia" e "Memórias de uma Gueixa".

Nos duas primeiras comédias de ação "Honra de Ponta" foi o Capitão Chin, o superior hierárquico da personagem de Jackie Chan.

"007 - Morre Noutro Dia

No que pode ter sido a sua última entrevista, Kenneth Tsang disse ao jornal Sin Chew Daily que tinha concluído uma viagem de duas semanas à Malásia e voara de volta para Hong Kong via Singapura.

O ator descreveu ter sentido o prazer do tempo a viajar sozinho depois de ter quase todas as suas deslocações na sua vida terem sido tratadas por outras pessoas.

"Vou ficar em quarentena se for preciso", disse Tsang ao jornal malaio de língua chinesa, que publicou uma foto do ator a sorrir enquanto segurava um pedaço de fruta.

O ator tinha testado negativo ontem à COVID-19.

Tal como a China, Hong Kong aderiu a uma política rígida de "Covid zero", que manteve as fronteiras praticamente fechadas durante a pandemia, e mantém uma quarentena obrigatória em hotéis designados para os residentes que regressa do estrangeiro.

Durante grande parte do ano passado, as pessoas tinham de completar 21 dias em quarentena, embora mais recentemente esta tenha sido reduzida para dez dias.

Na semana passada, Hong Kong suspendeu a proibição de não residentes de voar para a cidade que estava em vigor há dois anos.

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