Em setembro de 2008, Gwyneth Paltrow começou a sua marca de "lifestyle" chamada Goop.

Foi no mesmo ano em que apareceu como Pepper Potts no primeiro "Homem de Ferro", mas a partir daí foi aparecendo cada vez menos à frente das câmaras.

Para além dos filmes da Marvel, o seu último filme foi ao lado de Johnny Depp na desastrosa comédia "O Excêntrico Mortdecai" em 2015. Entrou ainda na série da Netflix "The Politician".

Em janeiro de 2017, já consagrada como guru do "lifestyle", a atriz causou mesmo sensação com a resposta "acho que já não gosto" quando a revista InStyle lhe perguntou sobre a sua carreira em Hollywood.

Esta semana, durante o programa "Quarantined with Bruce" da SiriusXM, foi mais longe e revelou que "parte do brilho da representação desapareceu gradualmente" após ter ganho o Óscar por "A Paixão de Shakespeare" (1998) por uma acumulação de fatores, desde o "escrutínio público tão intenso" ao facto de ter tido "um patrão muito duro durante a maior parte da minha carreira na [estúdio] Miramax".

O nome não é pronunciado, mas trata-se do produtor Harvey Weinstein, que a assediou e ajudou a denunciar em outubro de 2017 num artigo do jornal The New York Times, atualmente a cumprir uma pena de prisão de 23 anos por vários crimes sexuais.

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"Acho que quando se atinge o alvo aos 26 anos e se é uma pessoa com objetivos que, francamente, afinal não gosta assim tanto de ser ator como parece... não é que tivesse sentido que isto não era algo digno, foi mais 'e agora o que é suposto ser? Para onde estou a ir?' Não foi algo consciente na altura. E parte do brilho da representação desapareceu gradualmente por estar sob um escrutínio público tão intenso, ser uma criança a viver todas as separações em todas as manchetes, a ser criticada por tudo o que se faz, diz e veste", explicou a atriz, agora com 48 anos.

Gwyneth Paltrow acrescentou que o caráter "transitório" de profissão, com as constantes deslocações pelo mundo que tornam difícil criar raízes, também têm pouco a ver com ela: "Sou muito caseira [...] Não quero estar sozinha num quarto de hotel em Budapeste [Hungria] durante seis semanas. Não é isso que sou".

"Portanto, se combinar estas coisas com o facto de, para ser totalmente sincera, ter tido um patrão muito duro durante a maior parte da minha carreira de cinema na Miramax... pega-se em todas estas coisas e fica-se 'Não sei se isto é mesmo a minha vocação", concluiu.

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