
Gwyneth Paltrow está de volta ao cinema, após vários anos em que se dedicou principalmente a ser empresária de 'lifestyle' e a presenças esporádicas no Universo Cinematográfico Marvel.
O filme em causa chama-se "Marty Supreme” e é descrito como uma história de ficção inspirada pelo lendário jogador profissional de ping pong Marty Reisman (1930-2012), interpretado na sua juventude por Timothée Chalamet.
Numa nova entrevista à revista Vanity Fair (via Variety), a atriz revela que é a esposa de um rival da modalidade que acaba num caso "transicional" com Timothée Chalamet nesta produção dirigida por Josh Safdie, que formou com o irmão Benny a célebre dupla de cineastas nova iorquinos "Safdie", que conquistou grande prestígio com "Good Time" (2017) e "Diamante Bruto" (2019).
Com estreia no mercado americano a 25 de dezembro, a tempo de participar na temporada de prémios, a vencedora do Óscar por "A Paixão de Shakespeare" descreve o filme como o seu primeiro trabalho "a sério" como atriz desde "Country Strong" em 2010, onde arrisca tudo e se coloca numa posição de vulnerabilidade, fazendo o contraste com Pepper Potts ("É diferente quando se está a repetir algo do género dos "Vingadores").
A propósito das fotografias dos paparazzi que se tornaram virais dos dois atores em cenas mais intensas, ficou a promessa provocadora: "Temos muito sexo neste filme. Mesmo muito".
Foi algo que colocou a veterana atriz com décadas de experiência em Hollywood em contacto pela primeira vez com uma nova figura profissional na indústria: os coordenadores de intimidade.
"Miúda, sou da era em que se ficava nua, ia-se para a cama e se punha a câmara a trabalhar", recorda a atriz sobre a sua reação quando a coordenadora de “Marty Supreme” lhe perguntou se se sentiria confortável com um movimento específico durante uma cena íntima.
Com 52 anos, Gwyneth Paltrow acrescenta que acabou por pedir à profissional para se afastar um pouco e a deixar tratar da cena com Timothée Chalamet, de 29: "Não sei como é com os miúdos que estão a começar, mas... se alguém disser, ‘Ok, e agora ele vai colocar a mão aqui’, sentir-me-ia muito sufocada por isso enquanto artista".
Com humor, diz que foi muito direta antes de filmar as cenas de sexo com o ator: “Foi algo do género 'Muito bem, eu tenho 109 anos. Tu tens 14.’".
O jovem ator é descrito como “um símbolo sexual intelectual” e elogiou: "Muito bem educado, criado como deve ser. Ia dizer que é um miúdo, [mas] é um homem que leva o seu trabalho muito a sério e é um parceiro divertido.”
Curiosamente, a posição dos coordenadores de intimidade foi uma das consequências do #MeToo, em que Gwyneth Paltrow foi uma das fontes do artigo do The New York Times que contribuiu para a queda do produtor Harvey Weinstein no outono de 2017 depois de ter sido vítima do seu assédio na década de 1990.
A atriz pensa que a indústria mudou mesmo: "Pelo que percebo, não há reuniões marcadas em quartos de hotel, ou se há, são várias pessoas na sala. Essa bolha estourou definitivamente. Tenho certeza de que as pessoas ainda abusam do poder em Hollywood porque isso acontece em todo o lado, mas definitivamente mudou.”
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