Um ano após terem adiado muitos lançamentos por causa da pandemia e o fecho dos cinemas, a representatividade dos estúdios tradicionais de Hollywood recupera face à das plataformas de streaming na lista dos melhores filmes norte-americanos de 2021 divulgada na quarta-feira pela prestigiada organização American Film Institute (AFI).

Já nas escolhas dos júris formado por cineastas, atores, académicos, bolseiros, jornalistas e críticos, as plataformas dominam as melhores produções televisivas norte-americanas de 2021, uma lista que junta "Hacks" (HBO Max), as minisséries "Maid" (Netflix) e "Mare of Easttown" (HBO), "Reservation Dogs" (FX), "Schmigadoon!" (Apple TV+), "Succession" (HBO), "Ted Lasso" (Apple TV+), a minissérie "The Underground Railroad" (Amazon Prime"), "WandaVision" (Disney+) e a antologia "The White Lotus" (HBO), além de um prémio especial para o fenómeno sul coreano "Squid Game".

Dos estúdios tradicionais, a lista dos dez filmes de 2021 junta "Dune - Duna", de Denis Villeneuve (Warner); "King Richard", de Reinaldo Marcus Green (Warner); "Licorice Pizza", de Paul Thomas Anderson (United Artists, estreia a 30 de dezembro), "Nightmare Alley - Beco das Almas Perdidas", de Guillermo del Toro (Searchlight Pictures/Disney, estreia a 22 de janeiro); e "West Side Story", de Steven Spielberg (20th Century Studios/Disney).

As plataformas estão representadas por "CODA - No Ritmo do Coração", de Sian Heder (Apple TV+); "Não Olhem Para Cima", de Adam McKay (Netflix); "The Power of the Dog", de Jane Campion (Netflix); "Tick, Tick... Boom!", de Lin-Manuel Miranda (Netflix); e "The Tragedy of Macbeth", de Joel Coen(A24/Apple TV+).

Como não era elegível para o TOP 10, houve ainda um prémio especial em cinema para irlandês "Belfast", de Kenneth Branagh (Universal Pictures, 24 de fevereiro), e ainda para o documentário "Summer of Soul", de Questlove.

Entre as ausências notadas estão "Casa Gucci" e "O Último Duelo", ambos de Ridley Scott, "Spencer", de Pablo Larraín, e "Being the Ricardos", de Aaron Sorkin.

O TOP 10 de cinema do AFI é visto como uma forte tendência do que podem vir a ser as nomeações para os Óscares da Academia de Artes e Ciências de Hollywood (que serão anunciadas a 8 de fevereiro), principalmente quando estes vão regressar às dez nomeações para a estatueta de Melhor Filme.

Tradicionalmente, cerca de dois terços dos filmes anunciados pelo AFI acabam por receber nomeações para o principal Óscar e desde que passou a escolher os melhores em 2000, apenas "The Departed" (2006) e "Quem Quer Ser Bilionário" (2008) ganharam estatuetas douradas sem estarem de alguma forma nas listas.

Mesmo em 2019 e apesar da ausência por não ser americano, a organização atribuiu um prémio especial ao filme que ganharia as principais estatuetas, o sul coreano "Parasitas".