"La nuit du 12" ["A Noite do Dia 12"], de Dominik Moll, foi o grande vencedor da 48.ª edição dos César, os prémios da Academia de Cinema Francesa equivalentes aos Óscares, entregues esta sexta-feira à noite na histórica sala Olympia, em Paris, numa cerimónia presidida pelo ator Tahar Rahim.
.
Sem estreia nos cinemas anunciada para Portugal, o drama policial estava nomeado em 10 categorias e ganhou seis: Melhor Filme de 2022, Realização, Ator Secundário (Bouli Lanners), Revelação Masculina (Bastien Bouillon), Argumento Adaptado e Som.

A sétima longa-metragem de Dominik Moll questiona as relações entre homens e mulheres através da história da obsessão de dois polícias pela investigação de um complexo feminicídio em Saint-Jean-de-Maurienne, nos Alpes.

Este é um regresso triunfal do apaixonado por Alfred Hitchcock com uma carreira atribulada depois de ganhar o César de Melhor Realização há 22 anos com o segundo trabalho, o filme de culto "Harry, um Amigo Ao Seu Dispor" (2000).

Dominik Moll

No palmarés, nenhum outro filme teve mais do que dois prémios, incluindo a popular comédia "O Inocente", de Louis Garrel, sem estreia anunciada para Portugal, onde foi a sessão de encerramento em Lisboa da Festa do Cinema Francês em novembro último, que liderava com 11 nomeações e foi distinguido pelo Argumento Original, para o realizador em parceria com Tanguy Viel e Naïla Guiguet, e Atriz Secundária para Noemie Merlant (que está nos cinemas portugueses com outro filme, "Tár").

Outro regresso aos prémios foi o de Benoit Magimel, numa fase fabulosa da carreira: após um César como secundário por "De Cabeça Erguida" em 2015, surpreendeu o favorito Garrel para se tornar o primeiro a ganhar consecutivamente o de Melhor Ator com "Pacifiction" (9 de março nos cinemas portugueses), um ano depois de "De son vivant", juntando-se aos 48 anos ao pequeno grupo dos que têm dois troféus na categoria, formado por Philippe Noiret, Gérard Depardieu, Daniel Auteuil, Michel Bouquet e Mathieu Amalric, menos um do que o recordista Michel Serrault.

Também Virginie Efira está na melhor fase aos 45 anos: após um período em que esteve remetida para as comédias e até foi apresentadora de TV, a belga ultrapassou lendas como Juliette Binoche ou Fanny Ardant e ganhou o primeiro César na carreira, como Melhor Atriz por "Memórias de Paris", à terceira nomeação consecutiva e cinco no total na categoria nos últimos seis anos (período em que também teve uma sexta como secundária).

Virginie Efira e Benoit Magimel

Para "Les Amandiers", filme de Valeria Bruni-Tedeschi com sete nomeações e envolvido em polémica desde o lançamento pela acusação por violação ao protagonista Sofiane Bennacer (e atual companheiro da realizadora e atriz, que denunciou um "linchamento mediático"), houve apenas o prémio de Esperança Feminina para Nadia Tereszkiewicz.

Nos prémios destaca-se ainda a distinção de "Saint Omer", de Alice Diop, como Melhor Primeiro Filme; o vencedor dos prémios Goya "As Bestas", de Rodrigo Sorogoyen, como Filme Estrangeiro; e "Ma famille afghane", de Michaela Pavlatova, em Filme de Animação.

Além dos vencedores, David Fincher recebeu o César pela carreira das mãos de Virginie Efira e Brad Pitt, este a fazer uma aparição surpresa ao seu realizador de "Seven - Sete Pecados Mortais", "Clube de Combate" e "O Estranho Caso de Benjamin Button".

Brad Pitt com Virginie Efira a ouvir David Fincher

Césars 2023: a lista completa de premiados

Melhor Filme: "La nuit du 12"

Melhor Realização: Dominik Moll ("La nuit du 12")

Melhor Atriz: Virginie Efira ("Memórias Paris")

Melhor Ator: Benoît Magimel ("Pacifiction")

Melhor Atriz Secundária: Noemie Merlant ("O Inocente")

Melhor Ator Secundário: Bouli Lanners ("La nuit du 12")

Melhor Esperança Feminina: Nadia Tereszkiewicz ("Les Amandiers")

Melhor Esperança Masculina: Bastien Bouillon ("La nuit du 12")

Melhor Filme Estrangeiro: "As Bestas", de Rodrigo Sorogoyen

Melhor Argumento Original: "O Inocente"

Melhor Argumento Adaptado: "La nuit du 12"

Melhor Longa-Metragem de Animação: "Ma famille afghane", de Michaela Pavlatova

Melhor Documentário: "Retour à Reims (Fragments)", de Jean-Gabriel Périot

Melhor Primeiro Filme: "Saint Omer", de Alice Diop

Melhor Direção Artística: "Simone - A Viagem do Século"

Melhor Montagem: "À plein temps"

Melhor Fotografia: "Pacifiction"

Melhor Guarda-Roupa: "Simone - A Viagem do Século"

Melhor Banda Sonora: "À plein temps"

Melhor Som: "La nuit du 12"

Melhores Efeitos Visuais: "Notre-Dame em Chamas"

Melhor Curta-Metragem: "Partir un jour", de Amélie Bonnin

Melhor Curta-Metragem Documental: "Maria Schneider, 1983", de Élisabeth Subrin

Melhor Curta-Metragem de Animação: "La Vie sexuelle de mamie", de Urska Djukic e Émilie Pigeard

Tudo o que se passa à frente e atrás das câmaras!

Receba o melhor do SAPO Mag, semanalmente, no seu email.

Os temas quentes do cinema, da TV e da música!

Ative as notificações do SAPO Mag.

O que está a dar na TV, no cinema e na música!

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOmag nas suas publicações.