Um estudo epidemiológico analisou os riscos de saúde em todos os filmes James Bond e chegou a uma conclusão"preocupante": o célebre 007  é um perigo para si e também para as suas parceiras sexuais.

"Inspirado" por um caso grave de intoxicação alimentar quando esteve no Burkina Faso para estudar doenças infecciosas, Wouter Graumans, um epidemiologista holandês a trabalhar no seu doutoramento, começou a refletir como é que era possível que o mais conhecido agente secreto britânico conseguisse viajar por tudo o mundo sem apanhar pelo menos uma constipação.

Juntamente com o epidemiologista Teun Bousema e o investigador de malária Will Stone, seguiu-se uma análise epidemiológica dos 25 filmes, do "Dr. No" de 1962 ao "007: Sem Tempo Para Morrer" de 2021, investigando os riscos de saúde ligados aos 47 países que Bond já visitou, usando os guias dos vários Centros de Controle e Proteção de Doenças (foi excluída a exótica viagem ao espaço no filme de 1979 "007 - Aventura no Espaço", pois "neste momento, não estão disponíveis conselhos de viagem para esta região").

Os investigadores escreveram que cada um passou cerca de 3113 horas a rever cada um dos filmes, "que não foram gastas em questões sociais mais urgentes ou formas de relaxamento que são mais aceitáveis ​​em círculos académicos", examinando o risco de exposição a doenças infecciosas durante as viagens, incluindo intoxicações alimentares, ressacas e desidratação, parasitas e... sexo sem proteção.

007 - Vive e Deixa Morrer

Uma das bem humoradas conclusões publicadas na revista especializada Travel Medicine and Infectious Disease é o risco que Bond corre em "007 - Vive e Deixa Morrer" (1973) ao distrair crocodilos esfomeados atirando pedaços de frango cru, potencialmente com bactérias que podem causar uma grave... diarreia. E tudo porque, ocupado a explodir um laboratório de drogas e numa perigosa perseguição em lancha, muito provavelmente não lavou as mãos a seguir.

De facto, os investidores apenas viram o agente secreto a lavar as mãos duas vezes em 25 filmes, o que isso faz dele um grande candidato a intoxicações alimentares, a que se pode juntar o risco de desidratação grave pois nunca parece consumir nada que não seja alcoólico.

Ainda assim, o grande destaque nas conclusões centra-se nas 59 "atividades amorosas" em que Bond e as suas parceiras não se mostram adeptos de práticas de sexo seguro.

Uma das observações do estudo é a percentagem "extraordinariamente elevada" de 27% de parceiras sexuais que morrem pouco depois do ato, já sem levar em conta a tendência para a causa violenta ou o risco das doenças sexualmente transmissíveis.

Os investigadores descrevem que Bond está frequentemente mal preparado para os riscos de saúde associados às viagens e "é especialmente ingénuo à ameaça das doenças infecciosas" e, numa referência a um dos filmes da saga, "dado o tempo limitado que Bond recebe para se preparar para as missões, pedimos urgentemente ao seu empregador MI6 para levar as suas responsabilidades a sério. Só vivemos uma vez".

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