De acordo com os documentos apresentados na última quinta-feira num tribunal de Seattle, no estado de Washington, Singer é acusado de ter abusado sexualmente de César Sánchez-Guzmán durante uma festa num iate que pertence a um dos amigos milionários do realizador.
Singer terá oferecido uma visita guiada no barco ao jovem e depois tê-lo-á levado até um quarto, onde "fechou a porta e exigiu que César fizesse sexo oral", afirmam os documentos. Quando o jovem se negou, Singer tê-lo-á "forçado a fazer sexo oral e anal".
De seguida, Singer terá dito a Sánchez-Guzmán que era um produtor de Hollywood e que poderia ajudá-lo a iniciar a carreira de ator "desde que César nunca falasse nada sobre o incidente".
Também terá dito ao jovem que "ninguém acreditaria nele caso ele denunciasse o incidente" e que o cineasta "poderia contratar pessoas capazes de arruinar a reputação de qualquer um".
Num comunicado divulgado pelo seu advogado, o realizador de 52 anos "nega categoricamente as acusações e afirma que se defenderá até o fim". Sanchez-Guzman é representado pelo advogado Jeffrey Herman, que em 2014 também representara outros dois clientes que acusaram Singer de violações mas que acabaram por retirar voluntariamente as queixas, tendo o causídico sido forçado a pedir desculpa pela ação de um deles, Michael Egan, que em 2015 se declarou culpado num caso diferente de fraude.
Este é o caso mais recente a surgir na sequência do escândalo que envolveu a partir de outubro o produtor Harvey Weinstein, e que desencadeou a revelação de acusações de violação e assédio sexual a diversos homens em situação de poder nos EUA, na imprensa, política e entretenimento.
Bryan Singer realizou "Os Suspeitos do Costume" (1995) e "Valquíria" (2008), entre outros, além de quatro filmes da série "X-Men", que estrearam em 2000, 2003, 2014 e 2016.
Na última semana, o cineasta foi demitido do filme "Bohemian Rhapsody", sobre o falecido cantor dos Queen Freddie Mercury, a duas semanas do final da rodagem, alegadamente por falta de comparecimento no set.
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