Em conversa com o SAPO Mag e vários meios de todo o mundo, Danai Gurira (Okoye), Florence Kasumba (Ayo) e Martin Freeman (Everett K. Ross) confessaram que o luto e o regresso à história foi um processo difícil para todos.

"Foi um processo muito intenso para nós e foi uma viagem de luto. Não temos ideia do impacto, que ressonância vai ter. Estávamos a fazer esta viagem, e nunca é uma viagem confortável ou mesmo agradável de se fazer, mas deve ser feita. Mas também havia muita esperança imbuída no filme", começa por sublinha Danai Gurira, atriz que veste a pele de Okoye em "Black Panther: Wakanda para Sempre".

Para a atriz, gravar a sequela foi uma "experiência muito diferente". "Estávamos a lidar com a perda do nosso irmão, do nosso homem principal, o nosso líder, o grande Chadwick Bosemann. E foi completamente diferente para nós como elenco, além disso, como uma nova narrativa. As personagens também estão a passar pelo luto, estão a passar pela perda", sublinha.

Black Panther: Wakanda Para Sempre
Black Panther: Wakanda Para Sempre

"O Chadwick Boseman era parecido com um rei, como um grande líder. Era ter um grande exemplo, era ter um colega com quem estamos extremamente seguros, com quem podemos partilhar os pensamentos", acrescenta Florence Kasumba. "Tenho tantas boas memórias, o que torna mais fácil compreender e aceitar o facto de ele já não estar aqui", confessa a atriz.

Já Martin Freeman, que veste a pele de Everett K. Ross, confessa que pensou que o segundo filme não ia avançar: "Quando soube da morte do Chadwick Bosemann, pensei: 'oh, claro que não vamos fazer outro filme'. Mas, quando ficou claro que íamos avançar com um novo filme, não estava nervoso por causa do filme. O meu pensamento imediato foi que não haveria outro... Mas, uma vez que estávamos a avançar, confiei no Ryan [Coogler], e o Ryan convenceu-me a fazê-lo. Acho que ele convenceu toda a gente a passar por isto".

O protagonista do filme “Black Panther” de 2018, Chadwick Boseman, morreu inesperadamente de cancro em 2020, quando o realizador Ryan Coogler já estava a trabalhar há vários meses numa sequela com ele. A equipa mudou de direção e decidiu não escolher outro ator para o substituir como T’Challa. Por isso, parte da história de “Wakanda Para Sempre” foca-se no luto pela perda do rei de Wakanda, e como as pessoas à sua volta lidam com a dor.

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"Não fiquei surpreendida com o facto do Ryan ter descoberto como ouvir o seu coração e a sua alma para homenagear o Chadwick", acrescenta Danai Gurira. "O que o Chadwick Boseman deu ao filme foi todo o seu coração", remata o ator britânico.

Em "Black Panther: Wakanda para Sempre", a Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M'Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milaje (incluindo Florence Kasumba), lutam para proteger a sua nação da intervenção de potências mundiais, na sequência da morte do rei T'Challa.

Enquanto os Wakandianos se esforçam para abraçar o próximo capítulo, os heróis unem-se com a ajuda de War Dog Nakia (Lupita Nyong’o) e Everett Ross (Martin Freeman) para descobrirem um novo caminho para o reino de Wakanda.

BLACK PANTHER: WAKANDA PARA SEMPRE
BLACK PANTHER: WAKANDA PARA SEMPRE

Para Danai Gurira, a história de Namor ( Tenoch Huerta Mejía), o rei de uma nação subaquática oculta, foi uma surpresa - a ideia de perda permeia a narrativa não apenas com os habitantes de Wakanda, mas também com o antagonista do filme e o seu povo, os Talocan.

"Não sabia quem era a Namor. Mas fiquei a saber que foi uma das primeiras personagens da Marvel Comics. Foi fascinante ver este mundo e adoro toda a ideia em torno da água porque adoro água, adoro nadar", conta a atriz, "Achei que era um mundo novo realmente surpreendente para ser explorado", acrescenta.

Em "Black Panther: Wakanda para Sempre", Everett K. Ross, a personagem de Martin Freeman, vai ter de conviver com um/uma novo/nova colega mas, para já, o elenco tem de manter segredo. "Só posso falar sobre isso sem fizer o nome. Não é suposto falarmos dela - descobri que, aparentemente, não podemos falar", diz o ator, entre risos, quando o nome da "pessoa" é citado.

"Mas posso dizer que é uma genial pessoa da comédia (...) Quando soube que esta pessoa ia estar no elenco... fiquei muito entusiasmado porque acho que é uma pessoa fantástica e tão divertida na vida real. Sou fã há muito tempo e foi tal como esperava", adianta Martin Freeman, lembrando que todos vão descobrir quem é a partir desta quinta-feira, dia 10 de novembro.

Com uma canção de Rihanna, que disse aos criadores ter composto "Lift Me Up" em memória de Chadwick Boseman, “Wakanda Para Sempre” tem das cenas de ação mais intensas do Universo Cinemático Marvel. Uma delas, em cima de uma ponte, demorou quatro meses a ser filmada.

Florence Kasumba
Florence Kasumba

É também um filme liderado por mulheres, com Lupita Nyong’o (Nakia), Angela Bassett (rainha Ramonda), Danai Gurira (Okoye), Michaela Coel (Aneka) e Dominique Thorne (Riri Williams, nova personagem) na linha da frente, assim como Florence Kasumba, que defende a importância de dar protagonistas às mulheres e não só à frente das câmaras.

"Há sempre um trabalho que tem de ser feito se quisermos chegar mais longe. É quase como a filosofia de viver em Wakanda, onde não há limites. Se quiser alcançar a grandeza, tenho de continuar a trabalhar. Neste caso, é preciso contratar mulheres, mas para todos os cargos", frisa a atriz em conversa com os jornalistas.

"A mudança acontece quando não falamos apenas das coisas, mas vemos as cosias a acontecer. Assim, quando as pessoas forem ao cinema, vão ver todas estas personagens femininas fortes porque algumas pessoas tomaram a decisão de confiar em A, B e Z para fazer este trabalho", defende. "Quando as pessoas começam,  as outras pessoas seguem. Não sei se isso acontece suficientemente depressa. Só tenho muita esperança e vejo as mudanças", remata.

“Black Panther: Wakanda Para Sempre” estreia nos cinemas em Portugal a 10 de novembro e nos Estados Unidos no dia seguinte.