"Megalopolis", o filme ambicioso do lendário cineasta Francis Ford Coppola, que lhe custou uma fortuna e gerou opiniões contrárias, por fim conseguiu um acordo para ser distribuído nos EUA, anunciou o estúdio na segunda-feira.

A Lionsgate confirmou, em comunicado enviado à France-Presse, que lançará o filme nos cinemas americanos a 27 de setembro.

O anúncio do estúdio de Hollywood põe um fim às especulações sobre se a longa-metragem chegaria ao grande ecrã no país onde Coppola nasceu, após a sua estreia em maio no Festival de Cannes, que deixou a indústria a questionar-se se estava perante uma obra-prima ou uma história confusa.

Num enredo difícil de resumir, "Megalopolis" relata os esforços de um arquiteto ambicioso - protagonizado por Adam Driver - para fazer renascer uma Nova Iorque em decadência, atrapalhados por um presidente de câmara ressentido (Giancarlo Esposito).

O elenco conta ainda com nomes como Aubrey Plaza, Shia LaBeouf e Dustin Hoffman.

Mas a sua estreia na França despertou críticas desencontradas: de "uma verdadeira obra-prima moderna" a uma "catástrofe". Rapidamente se desfizeram as esperanças de que seria rapidamente vendido a um estúdio de Hollywood durante o Festival de Cannes, já depois de uma primeira exibição no final de março.

"egalopolis"

Coppola disse ter gasto 120 milhões de dólares (quase 12 milhões de euros, na cotação atual) da sua fortuna pessoal - ele vendeu parte doe seu vinhedo na Califórnia - para realizar o filme, que já fechou acordos de distribuição em dezenas de países europeus e em outras regiões (foi ainda durante o evento que se soube que a distribuidora Midas Filmes seria a distribuidora em Portugal).

Ao anunciar o acordo de distribuição, o chefe da divisão de filmes do Lionsgate Adam Fogelson disse que o seu estúdio luta "para ser o lar de artistas corajosos e ousados, e 'Megalopolis' prova que não há ninguém mais corajoso, nem ousado que o mestre Francis Ford Coppola".

A Lionsgate é um estúdio de médio porte que colheu sucessos com títulos como "The Hunger Games", "John Wick" e "Saw". Já lançara as versões estendidas de filmes de Coppola em formatos domésticos, incluindo "Apocalypse Now".

Segundo o seu 'site', os filmes do Lionsgate ganharam 71 Óscares e faturaram 15 mil milhões de dólares.

Não foram revelados os termos do acordo por "Megalopolis".

"Estou certo de que aplicarão o mesmo amor e cuidado que deram a 'Apocalypse Now', que atualmente está no seu 45º ano de impressionantes receita e valorização", disse Coppola, citado no comunicado da Lionsgate.