A sequela da Marvel “Wakanda Para Sempre”, que chega aos cinemas portugueses a 10 de novembro, traz de volta Black Panther ao mesmo tempo que honra o legado do Rei T’Challa e reconhece a morte do seu ator, Chadwick Boseman.

“O choque tornou-se na questão sobre o que devíamos fazer, se devíamos fazer alguma coisa”, disse o presidente dos estúdios Marvel, Kevin Feige, numa conferência sobre o filme em LA. “Rapidamente determinámos que este incrível elenco de personagens e este mundo que tinha sido criado para o ecrã tinha de continuar”.

O protagonista do filme “Black Panther” de 2018, Chadwick Boseman, morreu inesperadamente de cancro em 2020, quando o realizador Ryan Coogler já estava a trabalhar há vários meses numa sequela com ele.

A equipa mudou de direção e decidiu não escolher outro ator para o substituir como T’Challa. Por isso, parte da história de “Wakanda Para Sempre” foca-se no luto pela perda do rei de Wakanda, e como as pessoas à sua volta lidam com a dor.

“A morte vem para todos”, afirmou Ryan Coogler. “O pior pesadelo é que isso nos aconteça e as pessoas que nos amam fiquem perdidas sem nós”.

É por isso que “Wakanda Para Sempre” explora várias formas de lidar com a perda, com interpretações muito emocionais dos atores, que eram amigos próximos de Chadwick Boseman na vida real.

“Conseguimos trazer algo que sentimos ser real e verdadeiro”, disse Letitia Wright, que encarna Shuri e é a grande protagonista desta sequela. “Pus nisto todo o meu coração e demos um arco completo à Shuri, e espero que isso ressoe junto das pessoas e que elas encontrem consolo connosco”.

Letitia Wright

Na exibição antecipada do filme, em Los Angeles, havia membros da audiência a chorar nalguns dos momentos mais difíceis da história, que é contada ao longo de duas horas e quarenta minutos.

“Como contadores de histórias, queríamos ser tão honestos quanto possível com o que os personagens sentiriam depois da perda de T’Challa”, disse o produtor Nate Moore. “Não só luto, mas às vezes também alegria, humor, todas as emoções que alguém sente com uma perda profunda”.

Esta ideia de perda permeia a narrativa não apenas com os habitantes de Wakanda, mas também com o antagonista do filme, Namor (Tenoch Huerta) e o seu povo, os Talocan.

Huerta explicou que isso tornou mais fácil interpretar o vilão que tenta destruir o legado de Wakanda, um reino que muita gente admira e com que o próprio ator se identifica. “O Ryan encontrou uma forma de o tornar humano e justificar porque é que as pessoas fazem coisas dessas”, considerou.

A introdução de Namor e do seu povo no universo Marvel acontece, disse Huerta, no momento perfeito.

“Na América Latina, em especial no México, negamos as nossas raízes indígenas”, afirmou o ator. “Culturalmente, estamos afastados das nossas raízes indígenas. Por isso, abraçá-las e honrá-las é muito importante”.

Huerta, que teve de aprender a nadar para interpretar Namor em “Wakanda Para Sempre”, disse esperar que o filme ajude a audiência a abraçarem quem são e a olharem para o espelho com gosto.

Tenoch Huerta como Namor

Mitzi Mabel Cadena, que interpreta Namora e teve de aprender a língua maia, também destacou esse aspeto. “Temos uma língua indígena pela primeira vez num filme como este”, afirmou. “Estou muito orgulhosa de fazer parte de algo assim, porque não é só um filme de super-heróis”.

Com uma canção de Rihanna, que disse aos criadores ter composto "Lift Me Up" em memória de Chadwick Boseman, “Wakanda Para Sempre” tem das cenas de ação mais intensas do Universo Cinemático Marvel. Uma delas, em cima de uma ponte, demorou quatro meses a ser filmada.

É também um filme liderado por mulheres, com Lupita Nyong’o (Nakia), Angela Bassett (rainha Ramonda), Danai Gurira (Okoye), Michaela Coel (Aneka) e Dominique Thorne (Riri Williams, nova personagem) na linha da frente.

O produtor Nate Moore explicou que isso não surgiu de uma decisão de empurrar as mulheres para a frente. “Era a história que fazia sentido contar”, indicou. “Não as destacar seria um prejuízo para a história”.

“Black Panther: Wakanda Para Sempre” estreia nos cinemas em Portugal a 10 de novembro e nos Estados Unidos no dia seguinte.

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