Pierce Brosnan terminou o seu reinado como James Bond com um filme que, em muitos aspetos, funciona como uma antologia cinéfila do próprio universo (cinematográfico) de 007. Desde logo porque abundam as citações a títulos anteriores – sendo a mais óbvia a saída das águas do mar, protagonizada por
Halle Berry em bikini (evocando
Ursula Andress em
«Dr. No», quarenta anos antes). Depois porque os ziguezagues do argumento, começando com Bond prisioneiro na Coreia do Norte, apostam em relançar o espírito dramático das intrigas da Guerra Fria.

Presença emblemática do filme é
Madonna, interpretando a admirável canção-tema (composta com Mirwais Ahmadzaï) e surgindo também no pequeno papel de «Verity», a instrutora de esgrima de Graves (
Toby Stephens), o «mau da fita».

Na história de pompa e circunstância de 007, este foi o segundo filme cuja estreia mundial (Londres, Royal Albert Hall, 18 Nov. 2002), contou com a presença da Rainha Isabel II – a primeira ocorrera em 1967, com
«Só de Vive Duas Vezes», com
Sean Connery.

João Lopes

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