Saul Godman, o advogado manhoso de Walter White (Bryan Cranston) em «Breaking Bad – Ruptura Total» («B.B»), tem direito ao seu spin-off numa história de origem com humor corrosivo em torno de um personagem sem sorte na vida que procura singrar como advogado. Vamos encontrar Saul numa situação diferente, na perspetiva de alguém com escrúpulos, carinhoso e profundamente humano, um personagem que cria empatia com a audiência que vai torcer certamente pelo pobre diabo.
A ação desenrola-se em 2002, cerca de seis anos antes de Walter White entrar na vida do advogado. Nesta altura, Saul Godman utiliza o seu nome de batismo, Jimmy McGill, e vive à sombra do irmão, Chuck, que sofre de uma doença mental que o deixa cativo na sua própria casa devido à fobia da eletricidade. O irmão, que em tempos foi um advogado proeminente, vê-se afastado pelos sócios da sua grande firma de advocacia; este personagem é interpretado por Michael McKean, que conseguiu o papel após contracenar com Bryan Cranston na peça da Broadway «All the Way».
Jimmy defende como pode os interesses de Chuck enquanto faz pela vida no tribunal a defender a escumulha local e a receber pequenos cheques para se sustentar a si e ao irmão. O seu escritório situa-se nas traseiras de um centro de pedicure e depilação, mas tudo está prestes a mudar quando Jimmy se cruza com o psicopata Tuco Salamanca e os seus sócios.
Ao longo desta série está prometido o regresso de personagens de «B.B». Além de Tuco, interpretado com a devida loucura por Raymond Cruz, surge igualmente Mike Ehrmantraut (Jonathan Banks), o “detetive privado/homem da limpeza” de Saul, aqui como porteiro do parque do Tribunal de Albuquerque, personagem que vai explodir a meio da temporada. Walter White e o seu sócio Jesse (Aaron Paul) não têm participações previstas na primeira temporada. Outros personagens de «B.B» vão aparecer em cena mas no seu devido tempo.
A criação da série ficou a cargo do criador de «B.B», Vince Gilligan, e do argumentista Peter Gould, que introduziu Saul Godman à mitologia da série. Daí que possamos esperar episódios assinados com uma escrita irreverente, interpretações inspiradas e muitas metáforas visuais. Os espectadores sabem como vai acabar a jornada, mas esta será dramática, violenta e, sem dúvida, divertida. É uma história de ascensão num universo reverenciado pela audiência e não há espaço para desilusões: podemos afirmar que a vida não só continua após «B.B» como também estão reunidos os ingredientes para mais uma série de culto.
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