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De "Andor" a "1899" ou "House of the Dragon": 10 séries imperdíveis de 2022

SAPO Mag
29 dez 2022 18:13
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Este artigo tem mais de um ano
Mais um ano a terminar, mais uma constatação reforçada: há cada vez mais séries, mais plataformas de streaming e nunca faltam dezenas de propostas meritórias a recordar num balanço.
  • Mais um ano a terminar, mais uma constatação reforçada: há cada vez mais séries, mais plataformas de streaming e nunca faltam dezenas de propostas meritórias a recordar num balanço. Por isso, embora a equipa do SAPO Mag só tenha selecionado dez séries que se destacaram nos últimos doze meses, esta lista, sempre discutível, poderia facilmente ser mais extensa. Menções honrosas? Pelo menos "Top Boy" (T2, Netflix), "Euphoria" (T2, HBO Max), "Slow Horses" (T1 e T2, Apple TV+), "Pico da Neblina" (T2, HBO Max), "Manhãs de Setembro" (T2, Amazon Prime Video) e "Hacks" (T1 e T2, HBO Max). Enquanto ficamos à espera de mais e sobretudo (ainda) melhor em 2023, ficam as sugestões de (re)descoberta de um ano suculento no pequeno ecrã.
  • Netflix. A nova série dos alemães Jantje Fries e Baran bo Odar, os criadores de "Dark", era das mais aguardadas do ano e não desiludiu. Tão intrincada como a antecessora, acompanha um elenco internacional (que inclui o português José Pimentão) numa viagem de barco que atravessa o Atlântico, de Inglaterra aos EUA, no final do século XIX. Mas ais uma vez, nem tudo é o que parece nesta combinação de thriller e ficção científica, repleta de ideias conceptuais e visuais ousadas e com uma galeria de personagens à altura.
  • Disney+. Sim, é verdade, o universo "Star Wars" ainda é capaz de surpreender. Embora não tenha sido um fenómeno de público como as antecessoras, a mais recente série ambientada numa galáxia muito distante mostrou que Tony Gilroy (trilogia "Bourne", "Michael Cayton") foi a escolha certeira para desenvolver a prequela de "Rogue One: Uma História de Star Wars". Além de Diego Luna, melhor do que nunca ao voltar a encarnar o protagonista, Forest Whitaker, Adria Arjona, Stellan Skarsgård ou Fiona Shaw ajudaram a fazer deste capítulo um dos mais complexos e desafiantes da saga, com uma segunda temporada já assegurada.
  • Netflix. Quase dez anos depois do final de "Borgen", a aclamada série dinamarquesa (exibida em Portugal na RTP2 e na SIC Radical) teve continuação inesperada através de uma parceria entre o canal DR e a Netflix. E foi uma das apostas mais aconselháveis da gigante do streaming em 2022, acompanhando agora Birgitte Nyborg (Sidse Babett Knudsen) como ministra dos negócios estrangeiros da Dinamarca, depois de ter sido primeira-ministra. Abordando as alterações climáticas e a descoberta de petróleo na Gronelândia, com ecos da pandemia e de tensões com a Rússia, voltou a ser a série certa no momento certo.
  • Amazon Prime Video. Em equipa que ganha não se mexe e a saga adaptada da BD homónima de Garth Ennis e Darick Robertson continua a ser diferente de todos os outros retratos de super-heróis nos ecrãs. Sem dispensar humor negro e violência extrema, este olhar corrosivo sobre paladinos com muito pouco de nobre pode já não ter a frescura inicial mas mantém um ritmo, energia e identidade invejáveis, deixando a milhas as superproduções da Marvel e DC. "Diabolical", a minissérie de animação estreada este ano, alargou com rasgo as fronteiras deste universo e está a caminho outra de imagem real, "Gen V", ambientada numa universidade.
  • HBO Max. Se a expectativa era elevada, os receios também, depois da última temporada de "A Guerra dos Tronos" ter deixado poucas saudades. Mas a primeira prequela televisiva da saga criada por George R.R. Martin conseguiu diferenciar-se da antecessora sem trair a sua herança, num recuo inspirado a capítulos-chave da história da casa Targaryen. Quem já era fã provavelmente apreciou o reencontro, quem não estava familiarizado com este universo também não terá ficado perdido nesta nova viagem. E há nova jornada a caminho, com a segunda temporada já com sinal verde para avançar.
  • HBO Max. A primeira temporada foi boa, a segunda foi ainda melhor. Candidata a melhor série que quase ninguém viu (pelo menos quando comparada com o nível de popularidade de outras que marcaram o ano), este retrato de um grupo de jovens adultos que tentam sobreviver no mundo da alta finança tem entre os trunfos um elenco fresco (e alguns veteranos em forma, como Ken Leung) e a capacidade de tornar estimulantes os corredores de escritórios londrinos aparentemente cinzentos. A realização e a banda sonora também ajudam a fazer deste um dos regressos vitais de 2022, felizmente com continuação assegurada.
  • Netflix. Depois de três temporadas em que se afirmou como uma das séries obrigatórias dos últimos anos, o drama protagonizado pelos sempre ótimos Jason Bateman e Laura Linney (embora Julia Garner, repetidamente premiada, também brilhe muito) despediu-se sem perder qualidades. Também vale a pena reter os nomes de Bill Dubuque e Mark Williams, os criadores desta saga familiar atormentada pelo narcotráfico, que decidiram encerrar esta história quando estavam em alta e antes que mais temporadas trouxessem ruído. A ambígua sequência final pode ter dividido opiniões, mas dificilmente se poderá dizer que não é fiel ao ADN de uma série que soube conjugar crueza e ironia como poucas.
  • Apple TV+. Ninguém voltará a olhar para um escritório da mesma forma depois de ver esta inusitada combinação de thriller e ficção científica saída da mente de Dan Erickson e dirigida por Ben Stiller e Aoife McArdle. Partindo do conceito de uma empresa que submete os funcionários a um procedimento cirúrgico que divide as memórias do trabalho e da vida pessoal, a série protagonizada por Adam Scott (num dos seus melhores papéis) surpreendeu meio mundo e voltou a chamar atenções para a oferta discreta mas cuidada da Apple TV+, plataforma que registou em "Slow Horses", "Black Bird" ou "Physical" outras das boas propostas de 2022. Aguardemos (ansiosamente) o regresso, já confirmado...
  • HBO Max. A primeira temporada foi boa, a segunda foi ainda melhor, garantimos atrás a propósito de "Industry". E voltamos a dizer o mesmo a propósito desta delirante criação de Mike White, que regressou mais apurada e confiante depois de uma primeira época já bem aconselhável no ano passado. Felizmente, a popularidade também foi maior, com direito a profusão de memes nas redes sociais, muito por culpa de Tanya, a inenarrável personagem de Jennifer Coolidge (a única hóspede da galeria de protagonistas inicial repescada para a segunda temporada). E a mistura de estadia turística com comédia negra e sátira social parece ter vindo para ficar, com novos capítulos a caminho...
  • HBO Max. A nova criação de David "The Wire" Simon, ao lado de George Pelecanos, partiu do livro do repórter Justin Fenton para um novo olhar sobre os bastidores policias norte-americanos. A minissérie acompanha a história verídica da 'task force' de Rastreamento de Armas do Departamento da Polícia de Baltimore, vincada por casos sucessivos de corrupção dos agentes, e deixa um retrato tão ambicioso como meticuloso. A juntar as várias peças da investigação está Jon Bernthal, cujo sargento Wayne Jenkins se impõe entre um elenco de luxo que resgata nomes familiares das produções de Simon (que incluem ainda "Treme" ou "The Deuce").
 
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