A ida de Mário Machado a "Você na TV", programa da TVI apresentado por Manuel Luís Goucha e Maria Cerqueira Gomes, gerou uma onda de críticas nas redes sociais. "Precisamos de um novo Salazar?" foi a pergunta de partida da conversa do programa, no qual Mário Machado defendeu a necessidade de Portugal ter um novo ditador.

Em entrevista ao Diário de Notícias, o diretor de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, confessou que foi um erro a presença do líder do movimento de extrema direita Nova Ordem Social. "Ficou claro que a presença de Mário Machado na TVI foi um erro. Acho que isso está bem evidente. O Goucha, na própria sexta-feira, acabou por dizer isso", frisou.

"Eu, como já tive oportunidade de dizer, não preciso de justificar uma decisão que não tomei. É sabido e conhecido, ou achava eu que era sabido e conhecido, que os conteúdos dos programas de entretenimento dependem de outra direção, não têm uma intervenção jornalística e editorial da parte dos jornalistas da TVI. Mas isto está tão nebuloso e confuso - acho mesmo que as pessoas estão de cabeça perdida -, que o próprio sindicato dos jornalistas confundiu os planos", acrescentou ao DN.

Esta semana, o regulador dos media (ERC) considerou que a entrevista do líder de um movimento de extrema-direita Mário Machado à TVI não indicia a prática de qualquer contraordenação ou de crime de violação da Constituição da República Portuguesa.

De acordo com a deliberação do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, na sequência das participações contra a TVI, na emissão de 03 de janeiro, relativamente à entrevista de Mário Machado no programa "Você na TV", "em termos estritamente constitucionais, nada impedia a entrevista sob escrutínio".