Há quem só tenha conhecido Ioan Gruffudd como um dos vários elementos da tripulação de "Titanic" (1997), mas antes de ganhar visibilidade global num dos seus primeiros filmes, o ator galês de 44 anos já estava habituado aos ecrãs e aos palcos desde meados da década anterior.
A representação, no entanto, era só um dos seus vários interesses enquanto adolescente, repartida com aulas de música (do oboé em particular) e de canto e com treinos regulares numa equipa de futebol local. Mas uma oportunidade acabou por fazer a diferença. "A minha mãe conta-me que um dia vim da escola e disse que me tinha candidatado a uma audição para uma soap opera, para a qual fui chamado poucos dias depois. 'Podes levar-me lá?', perguntei-lhe. Não sei o que me deu. Obviamente era um rapaz muito confiante e foi na onda", recordou Gruffudd em entrevista ao site Who.
O percurso de ator acabou por se impor quando frequentou a Royal Academy of Dramatic Art, em Londres, já na entrada na idade adulta, depois de alguns trabalhos na televisão e no cinema no País de Gales.
Na fase inicial da sua carreira, foi sendo chamado para produções da BBC, participou em algumas peças em Londres e estreou-se no grande ecrã em 1997, com "Wilde" e "Titanic", rampas de lançamento para vários papéis no cinema na viragem do milénio.
Na rodagem de outro dos seus primeiros filmes, "Os 102 Dálmatas" (2000), conheceu aquela que viria a ser a sua mulher, a partir de 2017: a atriz britânica Alice Evans. No mesmo ano, juntamente com Claudia Schiffer, foi um dos convidados do videoclip de "Uptown Girl", dos Westlife. Seguiram-se papéis em "Cercados" (2001), "Atiradores" (2002), "Encontros Fatídicos" (2003) ou "Rei Artur" (2004) antes de do papel de Senhor Fantástico em dois filmes do Quarteto Fantástico, em 2005 e 2007, num dos seus desempenhos mais populares.
O regresso ao universo dos super-heróis, já não da Marvel mas da DC, deu-se em trabalhos de voz para animações de Batman ou da Liga da Justiça. Também no pequeno ecrã, foi ator convidado em "Castle" ou "Glee" antes de protagonizar "Forever" (2014-2015) e "Liar" (2017). Já o contacto com o cinema manteve-se em filmes como "W." (2018), "Foster" (2011), "Sanctum" (2011) ou "San Andreas" (2015), mas não terão sido dos seus desafios mais aliciantes. "A televisão é que nos tem entusiasmado a todos porque é onde está a melhor escrita e as melhores personagens", confessou recentemente em entrevista ao Collider.
Não surpreende, por isso, que uma proposta como "Harrow" o deixe especialmente motivado. A nova série do AXN segue um médico forense talentoso e obstinado, sem medo de investigar várias mortes, mesmo que essa missão comprometa a sua estabilidade familiar.
"Este ano, fui a audições para várias séries, sobretudo da ABC, e esta foi das minhas favoritas. (...) Estavam à procura de um ator que conseguisse ser intrigante em todos os planos da vida de Henry [Harrow, o protagonista], que fosse capaz de dar o elemento cómico e de "outsider". Ser um ator britânico numa rede norte-americana tem esse lado ligeiramente deslocado da norma", sublinhou ainda ao site de cultura pop. O resultado deste novo desafio pode ser visto já a partir de 10 de setembro, às 22h30, no AXN.
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