“Através da ingerência inaceitável e de uma intervenção política ativa – quotidiana, militante e facciosa – nas contendas políticas havidas na Guiné-Bissau, a RDP-África, a RTP-África e a SIC são credoras de uma parte substancial do ódio instigado, dos desentendimentos induzidos, da conflitualidade e da instabilidade política geradas no nosso país”, refere, em comunicado, o Governo guineense.

O comunicado foi divulgado pelo porta-voz do Governo e ministro do Turismo, Fernando Vaz.

“A permanente e sistemática violação de princípios democráticos básicos e universalmente consagrados, que regem relações internacionais, desonrando o Estado da Guiné-Bissau, as suas instituições soberanas e os seus cidadãos atingiu o limite do tolerável, razão pela qual o Governo da Guiné-Bissau manifesta o seu repúdio e protesto pela persistência destes órgãos de comunicação em destruir a amizade que une os nossos povos e estados”, pode ler-se.

No documento, o Governo guineense admite que “será obrigado a tomar medidas apropriadas e ajustadas” casos aqueles órgãos de comunicação social “persistam em ofender direitos dos cidadãos”, insistam na “violação de princípios democráticos universais, no incentivo à prática de injúrias, difamações e calúnias” e na “promoção do ódio, conflitualidade e da instabilidade política”.

O Governo da Guiné-Bissau considera também que aqueles órgãos de comunicação social “têm-se assumido como atores políticos ativos na Guiné-Bissau, comportando-se como órgãos de comunicação oficiosos de um dos partidos políticos da Guiné-Bissau, que teimam em denegrir o bom nome do país”.

Aqueles dois órgãos de comunicação também são acusados de, desde 2015, assumirem “comportamentos desrespeitosos para com o anterior e o atual chefe de Estado da Guiné-Bissau, praticando e incentivando a prática de injúrias, difamações e calúnias que desonram o primeiro magistrado da Nação guineenses e vários dos seus cidadãos”.

O atual chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, suspendeu as atividades e emissões da RTP e RDP África na Guiné-Bissau entre julho e novembro de 2017.