"Vi o filme há muito tempo e fiquei muito impressionado. Mas a ideia da série nunca foi a de ser um remake, antes a de recuperar alguns elementos do filme e tentar contar a história de um ponto de vista diferente - e muito mais amplo", assinala Tom Wlaschiha em entrevista telefónica ao SAPO Mag, contrastando o filme "A Odisseia do Submarino 96" (1981), de Wolfgang Petersen, com a série que inspirou, estreada em 2018. A aposta alemã produzida para a Sky One, que chegou a Portugal através do AMC, também se baseia no livro homónimo de Lothar-Günther Buchheim, igualmente responsável por abrir caminho para as aventuras num submarino germânico no grande ecrã.
Wlaschiha considera que "os espectadores da série acabam por ficar com um retrato mais completo", uma vez que além de acompanhar as missões de soldados nazis no alto mar, no período da Segunda Guerra Mundial, a versão televisiva segue várias situações em terra, na localidade francesa La Rochelle - e em especial as estratégias de uma facção da Resistência.
"Quando li o argumento, gostei logo. Noutras histórias ambientadas na Segunda Guerra Mundial, há uma distinção muito clara entre o Bem e o Mal. E acho que o que é mais interessante é retratar cada personagem como um ser humano e tentar mostrar o que a motiva", recorda o ator que encarna o imponente Hagen Forster, chefe local da Gestapo.
"Um dos aspetos que me agradaram no argumento foi o facto de a minha personagem ter um passado que ajuda a compreender as coisas reprováveis em que se envolve, e isso dá-lhe uma dimensão mais humana", assinala.
"Além da questão militar, há outros elementos importantes na sua jornada, como a história de amor com Simone, que é o amor da sua vida. E nessas cenas ele consegue ser muito carinhoso e empático. O maior desafio foi tentar juntar esses dois lados", acrescenta.
MUDANÇAS EM MARES AGITADOS
Depois de terminar a primeira temporada em pontos estratégicos para grande parte das personagens, a série criada pelo alemão Johannes W. Betz e pelo britânico Tony Saint regressa com mais oito episódios que confirmam algumas mudanças - parte da ação a alarga-se a Nova Iorque e há uma missão secreta num submarino a cargo de uma nova personagem, o capitão Johannes Von Reinhartz (Clemens Schick).
Hagen Forster também vai viver uma fase de transição ao ver abalada uma relação-chave. "Ele percebe que foi traído pela personagem da Vicky Krieps, por isso agora vai, obviamente, tentar vingar-se. Mas para além disso, também vai passar por um conflito interior ao confrontar-se com as diferenças entre aquilo em acredita, a sua ideologia, e aquilo que [os seus superiores] lhe pedem para fazer. Foi muito interessante explorar esses elementos", adianta o ator.
Estas mudanças, no entanto, podem não ser as últimas a marcar a jornada da personagem. "Acho que há decididamente potencial para levar esta história mais longe. Acredito que sim, que vai haver mais uma temporada", revela, embora ainda não haja anúncio oficial de uma continuação de "Das Boot: O Submarino".
A série bélica não é a única na qual o ator tem sido visto nos últimos anos. Wlaschiha encarnou Jaqen H'ghar, o mentor de Arya Stark, em "A Guerra dos Tronos", e também participou em "Crossing Lines" ou "Jack Ryan" - experiências que se juntaram a um vasto percurso não só na televisão, mas também no cinema e no teatro. E há mais a caminho. "Vou participar na próxima temporada de 'Stranger Things', mas as filmagens foram interrompidas em março e ainda estamos a aguardar a melhor altura para retomar. Até lá, estou a tentar lidar o melhor possível com esta nova situação [a da pandemia COVID-19]", refere.
Certa, para já, é a sua presença na segunda temporada de "Das Boot: O Submarino", todas as terças-feiras no AMC - e quem perdeu a primeira ainda pode vê-la na app do MEO, acessível a clientes TV MEO ADSL e MEO Fibra com MEOBox (basta premir o botão azul do comando MEO ou premir em 'Menu' e ir até 'Apps') .
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