Nos últimos tempos, Murray Bartlett tem tido um trajeto televisivo nada menos do que notável. Depois de décadas com participações quase sempre breves em séries como "Flipper", "O Sexo e a Cidade" ou "The Good Wife", o ator de 51 anos conseguiu papéis regulares na saudosa "Looking" (2014/2015) e em "Tales of the City" (2019), ambas centradas em temáticas LGBTQIA+ (o australiano assumiu-se homossexual no início da carreira).

Mas acabou por ser a primeira temporada de "The White Lotus" (2021) a apresentá-lo a um público mais vasto e a valer-lhe o primeiro Emmy, como Ator Secundário, na pele de um inenarrável gerente de hotel.

No ano passado, passou por "Physical" e "Welcome to Chippendales", percorrendo um caminho requisitado que o leva agora a uma das séries mais celebradas do arranque de 2023. Bartlett junta-se a "The Last of Us" no terceiro episódio, ao lado de Nick Offerman, e compõe com o norte-americano o casal protagonista do romance "mais bonito que vamos ver" na série da HBO Max.

"Surpreendeu-me ter chorado como um bebé quando vi o episódio", confessa ao SAPO Mag numa mesa-redonda virtual. "Fazê-lo foi uma experiência muito especial e emocional", acrescenta, sublinhando as particulares de "Long Long Time", capítulo cujo título se inspira numa canção da cantora folk Linda Ronstadt (decisiva para a cumplicidade das personagens e que ganhou aqui nova vida junto de um novo público).

The Last of Us

"Um casal improvável numa situação certamente improvável"

"Um dos elementos que torna este guião incrível é o facto de atravessar vários períodos. Podemos acompanhar a história completa de uma relação ao longo do tempo, o que raramente acontece. E tem muita doçura, mas também é muito genuína. Nem sempre é harmoniosa ou fácil, às vezes é complicada e muito difícil. Eles têm desafios incríveis", descreve.

"Este episódio condensa muitos elementos sobre o amor e relacionamentos, o que me parece ótimo. E também permite encontrar ligações e esperança neste mundo negro e opressor, o que é uma bela mensagem e que vale para todos nós, independentemente da nossa situação. É mais fácil para uns do que para outros, claro", diz ainda.

Bartlett interpreta Frank, personagem que nem chegava a aparecer no videojogo no qual a série é baseada mas que é das principais âncoras emocionais desta versão até agora. Alguém "persistente, gentil e afetuoso" que encontra abrigo na casa-fortaleza de Bill, interrompendo anos de isolamento deste. "Como é que continuamos compassivos e não perdemos a esperança?", questiona. "Para o Frank, tratou-se de encontrar uma ligação com alguém que tem esse potencial mas é muito fechado", encorajando a formação de "um casal improvável numa situação certamente improvável".

The Last of Us

O ator natural de Sydney realça que "uma das melhores coisas desta série é a de decorrer num mundo muito vasto e belissimamente concebido". Mas no qual o fator humano não é esquecido, nota. "As histórias humanas e delicadas não ficam perdidas nele, até são elevadas nesse contexto. Às vezes parecia que estávamos num filme de zombies, depois num de ação ou no filme indie mais bem escrito", compara.

"Não sou gamer, mas tenho muitos amigos que são e gostam muito do videojogo pela componente humana. É um mundo muito envolvente, com aventura entusiasmante, mas tem este elemento profundamente humano, na forma como as relações se formam e terminam, de encontrar ligações neste mundo negro. E quando li o guião, também vi isso".

TEASER DO TERCEIRO EPISÓDIO DE "THE LAST OF US":

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