"Desesperado para deixar o seu passado violento para trás, em detrimento da sua nova paixão, Barry (Bill Hader) tenta livrar-se do mundo dos assassínios contratados e apostar totalmente na representação". Este é ponto de partida da terceira temporada de "Barry", que regressa esta segunda-feira, dia 25 de abril, à HBO Max.

Em conversa com vários meios de todo o mundo, incluindo o SAPO Mag, Alec Berg, criador da série, revela que "a discussão sobre a terceira temporada começou quando acabou a segunda". "Tínhamos uma suspeita forte de que teríamos de fazer mais. E cada discussão sobre o que é a próxima temporada centra-se sempre no que aconteceu e no que é honesto e verdadeiro para as personagens", explica.

"O que é que esta personagem faria realmente? E depois, se o fizer, o que fariam as outras personagens em reação a isso? E é assim que escrevemos a série, tendo como base reações emocionais honestas e verdadeiras. Foi assim que começámos a criar a terceira temporada", conta.

BARRY

"O tema da temporada evoluiu com a escrita. Criámos cena a cena e depois juntámos tudo e recuámos depois de as termos trabalhado durante algum tempo... e pensámos: 'Oh, parece que estas personagens têm algo em comum'. (...) No final, talvez reforcemos um tema, mas nunca começamos com um tema. Vai evoluindo", explica Bill Hader.

Com o sucesso da série, chegam também novos desafios. "Temos de ter a certeza que tudo está equilibrado [entre os temas mais profundos e a comédia]. E há grandes momentos nesta temporada em que não devemos ter humor", frisa o protagonista.

A pandemia também alterou o rumo da terceira temporada - o elenco preparava-se para começar a gravar os novos episódios quando foi decretado o primeiro confinamento geral, em 2020. "A pandemia permitiu um maior foco", destaca Bill Hader.

"Passámos um par de meses a reescrever a terceira época. Normalmente, à medida que se filma uma temporada, está-se a reescrever ao mesmo tempo. Fizemos todas as alterações e depois ficámos de braços cruzados durante uma ou duas semanas. Então, ligámos à HBO e perguntámos se não nos deixariam juntar um quarto de argumentista para a quarta temporada. E, assim, escrevemos toda a quarta temporada. E depois, porque já tínhamos escrito a quarta temporada, tivemos  de voltar atrás e reescrever a terceira temporada, porque sabíamos para onde ia a história", recorda o criador de "Barry" ao SAPO Mag.

Henry Winkler

Na conversa com os jornalistas, Henry Winkler, que veste a pele de Gene Cousineau, também defendeu que a terceira temporada é a mais sombria. "É uma luta pelo poder e espero sobreviver. Esta é a pergunta que faço no início de todas as temporadas", brinca o ator. "Este ano, foi muito complexo e não é uma hipérbole. Tive medo de não conseguir entrar completamente em algumas das coisas que me pediram para fazer", confessa.

"Tenho uma lista de coisas sobre as quais estou autorizado a falar. A série é da HBO, corro muito e sei sei que Bill matou o meu amor. Mais ou menos isto. Além disso, neste momento, há snipers à porta da minha casa. 'Olá, gosto em vê-lo' [acena para a janela]. Mas não estou a brincar. Pensei que talvez a segunda fosse a mais sombria... mas este ano comprei um capacete de mineiro com uma luz na frente para 'caminhar' pelas reviravoltas. Não estou mesmo a brincar", sublinha, entre risos.

Winkler aproveita para contar que está de olho em Portugal. "Deixa dizer-te que estou sinceramente a pensar em Portugal... se o meu país sofrer uma grande reviravolta. Estou à procura de uma propriedade", revelou ao SAPO Mag.

BARRY

"Quando li os guiões fiquei entusiasmado pela forma com as personagens estão a crescer e a desenvolverem-se. Começaremos a ver os diferentes lados e a entrar nas suas vidas mais pessoais e a ver como estão a responder a estas situações com mais pressão", acrescenta Anthony Carrigan, que veste a pele de NoHo Hank.

Além de elogiar os guiões e toda a equipa, o ator destaca o trabalho de Bill Hader. "O Bill é uma das pessoas mais geniais e, acho eu, sem esforço... porque nem sequer se dá conta do quanto ele está a fazer enquanto o faz. Ele está a usar tantos 'chapéus' diferentes porque não está apenas a atuar numa cena, está também a trabalhar como argumentista. É realizador, é um produtor executivo e criador. Por isso, ele tem todos estes diferentes papéis para desempenhar simultaneamente, e consegue fazer tudo e divertir-se tanto enquanto o faz", sublinha.