"A Metamorfose dos Pássaros" é a primeira 'prenda' da RTP-2 para os seus espectadores em 2022.

O filme de Catarina Vasconcelos está programado para as 17h24 de 1 de janeiro, menos de três meses após a sua estreia nas salas de cinema.

Indicado pela Academia Portuguesa de Cinema como o candidato a uma nomeação ao Óscar de Melhor Filme Internacional,  somou vários prémios internacionais em festivais e também será lançado em 2022 com outros quatro títulos na Netflix, no âmbito de uma parceria com a Academia Portuguesa de Cinema.

Com 101 minutos, "A Metamorfose dos Pássaros" é a primeira longa-metragem da realizadora e teve a estreia mundial em fevereiro de 2020 no Festival de Cinema de Berlim, o primeiro de mais de 60 festivais internacionais por onde passou.

Segundo a distribuidora, foi em 2020 "o filme português com mais presenças em festivais em todo o mundo e o mais premiado", nomeadamente com as distinções de Melhor Filme no Festival de Vílnius, na Lituânia, e o Prémio Especial do Júri no Festival de Taipei, em Taiwan. Recebeu ainda o Prémio do Melhor Filme no Festival Dokufest, no Kosovo.

A distribuição em Portugal esteve por duas vezes adiada por causa de sucessivos confinamentos em tempos de pandemia, estreando-se a 7 de outubro, somando 13.135 espectadores, segundo os dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual.

O filme parte das memórias de infância e juventude de vários membros da família, mas Catarina Vasconcelos preenche alguns espaços narrativos com ficção e com um imaginário estético que conjuga pintura, fotografia, composições encenadas, cheias de simbolismos.

Catarina Vasconcelos, 33 anos, demorou-se seis anos na criação deste filme, depois de ter feito a primeira curta-metragem, "Metáfora ou a Tristeza Virada do Avesso" (2013), em contexto académico, em Londres.

Os dois filmes aproximam-se em aspetos formais e temáticos, e interligam-se porque Catarina Vasconcelos filmou a família, abordando a relação dos pais e a morte da mãe, na curta-metragem, e a história de amor dos avós e a morte da avó paterna - que nunca conheceu -, na longa-metragem.

Entre a ficção e o documentário, "A metamorfose dos pássaros" convoca concretamente os laços familiares de um pai e uma filha - a realizadora -, resgatando o passado que os une, através da relação dos avós paternos de Catarina Vasconcelos e em particular da avó Beatriz, que nunca conheceu.

O filme parte das memórias de infância e juventude de vários membros da família, mas Catarina Vasconcelos preenche alguns espaços narrativos com ficção e com um imaginário estético que conjuga pintura, fotografia, composições encenadas, cheias de simbolismos.

"Eu queria que [o filme] fosse sobre esta família, mas que pudesse falar com outras pessoas. (….) O tempo que ele demora é quase o tempo que eu demoro a conseguir sair de mim para chegar aos outros. Consegui libertar-me da minha família e do medo de inventar sobre eles, para poder inventar à vontade. Isso foi muito importante", contou à agência Lusa quando o filme passou no festival de Berlim, onde recebeu o Prémio da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci), da secção Encounters/Encontros.

Catarina Vasconcelos

Catarina Vasconcelos falou de "um processo altamente íntimo e pessoal", na conjugação da montagem de som e imagem, devedora de uma relação que a realizadora tem com as artes plásticas, e descrita como "uma coisa muito analógica, de bricolagem".

Há planos que parecem pinturas ou fotografias animadas, composições visuais encenadas e metafóricas, cheias de simbolismos, sobre a passagem do tempo e sobre a omnipresença da natureza.

"Todo este lado, que vem mais das artes plásticas, foi muito importante e o filme não podia ter sido construído noutro sítio. Foram as soluções que encontrei para dar resposta a coisas que eu sentia", explicou.

"A Metamorfose dos Pássaros" foi produzido por Pedro Duarte e Joana Gusmão, contou com apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual, da RTP e da Fundação Calouste Gulbenkian.

TRAILER "A METAMORFOSE DOS PÁSSAROS".

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