“Um dia triste, perdi um amigo, um grande ser humano, um coração de ouro, para mim, um santo”, disse à Lusa Luís Montez, a propósito da morte do guitarrista dos Xutos & Pontapés, Zé Pedro, hoje, em Lisboa, aos 61 anos.

O diretor da Música no Coração lembrou o “bom homem” e “pessoa de empatia enorme” que existia além do guitarrista, que, apesar da sua “paixão louca pela música e pelo Rock and Roll, e tudo o que gira à volta disso, nunca perdeu os valores da amizade, da solidariedade e do perdão”.

“Uma pessoa encantadora, das melhores pessoas que conheci em toda a minha vida, marcou-me para sempre”, sublinhou, referindo que tudo que sabe sobre música ao vivo aprendeu com “o Zé Pedro e com o resto dos Xutos”.

Luís Montez afirmou não conhecer ninguém que não goste dos Xutos e de Zé Pedro, e considerou que o guitarrista era “a alma, a atitude e a postura” da banda.

“Se os Xutos duraram o que duraram [38 anos], muito devem a este coração de ouro que era o Zé”, defendeu.

José Pedro Amaro dos Santos Reis nasceu em Lisboa, em 14 de setembro de 1956, numa família de sete irmãos, “com um pai militar, não autoritário, e uma mãe militante-dos-valores-familiares”, como recordou num dos capítulos da biografia “Não sou o único” (2007), escrita pela irmã, Helena Reis.

Zé Pedro estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo, tendo só sido assumida publicamente no passado dia 4 deste mês, no concerto de fecho da digressão dos Xutos & Pontapés, no Coliseu de Lisboa.