“Lisboa lamenta a morte de Zé Pedro, guitarrista dos Xutos e Pontapés, e destaca a sua longa carreira e ligação à cidade. O percurso de Zé Pedro, e da banda de que foi um dos fundadores, está intimamente ligado a Lisboa e a espaços tão marcantes para a afirmação do rock português como o Rock Rendez-Vous e o Johnny Guitar”, refere a autarquia, num comunicado hoje divulgado.

O guitarrista dos Xutos & Pontapés, Zé Pedro, morreu hoje, em Lisboa, aos 61 anos, disse à Lusa fonte próxima da família.

A CML, considerando que Zé Pedro se “afirmou como uma das figuras mais icónicas da música portuguesa”, recorda que, em 2009, os Xutos & Pontapés foram distinguidos com a Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro.

“Com o seu desaparecimento a música portuguesa perde um dos nomes mais populares e marcantes”, lê-se no comunicado.

Zé Pedro estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo, tendo só sido assumida publicamente em novembro, a propósito do concerto de fim de digressão dos Xutos & Pontapés, no Coliseu de Lisboa.

José Pedro Amaro dos Santos Reis nasceu em Lisboa, em 14 de setembro de 1956, numa família de sete irmãos, “com um pai militar, não autoritário, e uma mãe militante-dos-valores-familiares”, como recordou num dos capítulos da biografia “Não sou o único” (2007), escrita pela irmã, Helena Reis.

No final na década de 1970, Zé Pedro, com Zé Leonel e Paulo Borges, decidiu criar uma banda, batizada Delirium Tremens. Passou depois a chamar-se Xutos & Pontapés, com a entrada de Kalú e de Tim para o lugar de Paulo Borges. O primeiro concerto realizou-se há 38 anos, em 13 de janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa.