O curso, que terá alunos de todo o país, que irão participar nas aulas em ‘Live Training' (presenciadas em direto), sempre que não possam estar presentes, é ministrado em parceria com a Associação de Músicos Artistas e Editoras Independentes (AMAEI).
Segundo o presidente do ISCAC, Manuel Castelo Branco, com esta pós-graduação a instituição pretende ajudar os agentes e os intervenientes culturais - artistas, ‘managers', agentes e técnicos - que atuam numa área onde "a necessidade de formação é total".
"Não havia até ao momento formação alguma nesta matéria e o que nós mais víamos, na área da música e não só, era um conjunto de artistas que por carecerem das ferramentas de gestão ou dos conhecimentos de gestão e também dos direitos autorais, viam a sua atividade económica fortemente limitada, fortemente condicionada e fortemente não motivadora, porque toda a área negocial e económica lhes escapava. E isso, muitas vezes, tornava-se um fator altamente desmotivador", disse o responsável à agência Lusa.
Os promotores esperam que a iniciativa "seja um sucesso", pois é a primeira formação superior na área que é ministrada em Portugal e "visto que há uma necessidade imensa dos artistas, dos músicos, sobretudo dos que estão em prática independente, de terem uma qualificação deste tipo".
"Hoje, sabemos que o mercado da arte, das industriais culturais e criativas, é talvez o maior mercado a nível mundial, e a música em Portugal tem uma tradição e de facto um horizonte de negócio imenso", reconhece o presidente do ISCAC.
O responsável acrescenta que a pós-graduação, "pelo seu âmbito nacional, por ter a dimensão ‘Live Training' e por ser numa área que muito necessita de qualificação, contribuirá seguramente para o enraizamento da Escola de Negócios [Coimbra Business School] em todo o país".
A pós-graduação sobre Gestão nas Indústrias da Música terá como docentes professores de gestão, músicos, "managers", produtores, "marketeers", juristas, contabilistas e promotores da música portuguesa.
Destina-se "tanto a artistas como a empresários que queiram desenvolver um negócio ligado à música, ou a qualquer profissional que pretenda construir carreira nesta área", adianta o ISCAC em comunicado.
Ana Figueiredo, diretora executiva da AMAEI e uma das coordenadoras do curso, citada numa nota de imprensa, lembra que "é muito difícil conseguir um bom arranque profissional nas indústrias da música sem ter uma formação sólida, credível, que forneça as bases para que um artista, um empresário ou um ‘manager' saibam como se podem posicionar, definir um modelo de negócio, identificar oportunidades ou perceber como tornar o seu projeto sustentável".
"Há uma enorme falta de profissionais qualificados em Portugal para a quantidade de projetos musicais que existem", assegura.
Hélder Bruno, compositor e etnomusicólogo, outro dos coordenadores do curso que tem a duração de nove meses, reconhece que "os artistas têm tudo a ganhar se frequentarem esta pós-graduação, pois vão perceber como funciona a indústria".
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