A partir do próximo ano, o TNDM vai estar encerrado para obras, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do investimento destinado à valorização, salvaguarda e dinamização do património cultural.

A requalificação deste teatro situado no Rossio, em Lisboa, é objeto de contrato de financiamento entre a Estrutura de Missão Recuperar Portugal e o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural, que prevê a atribuição de um apoio financeiro no montante máximo global de 9.658.825 euros, especifica o diploma hoje publicado em Diário da República.

Este valor é repartido em encargos plurianuais, nos seguintes valores: 1.826.636 euros em 2022, 6.256.838 euros em 2023 euros e 923.441 euros em 2024, até um total de 9.006.915 a que acrescem impostos.

A cada ano, os encargos não podem exceder os valores estipulados, mas podem ser acrescidos de saldo apurado no ano anterior.

Este tipo de apoio financeiro dispensa autorização das Finanças, razão por que basta a publicação de portaria assinada pelo ministro da Cultura, e entra em vigor a partir da data da assinatura, o que remonta a 8 de setembro.

Durante o período de intervenção, todo o material e espólio do TNDM será guardado em armazéns, e a programação irá percorrer todo o território nacional, começando no Norte e descendo para o Sul, com passagem pelas regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

Em novembro do ano passado, quando o projeto foi apresentado publicamente, a então presidente do conselho de administração do TNDM, Cláudia Belchior, anunciou tratar-se de uma “obra muito ambiciosa”, que não se faz desde que o teatro reabriu em 1978 – depois de 14 anos de reconstrução, na sequência do incêndio que em 1964 destruiu todo o seu interior – e que não se voltará a fazer tão cedo”.

O projeto está a cargo do arquiteto Francisco Pólvora, da BJF Arquitectos, gabinete de arquitetura responsável pelo desenho e desenvolvimento do projeto, que está há dois anos a trabalhar com uma vasta equipa de mais de 15 especialidades.

De acordo com Francisco Pólvora, o projeto de reconstrução manterá os traços originais, mas com grandes inovações, que passam por centralizar num único espaço vários serviços dispersos pelo teatro.

A antiga sala de cenografia, que tem um elevado pé direito, terá uma mezzanine e um jardim de inverno, à volta do qual será criada uma zona de trabalho.

A zona da sala de costura vai ser completamente aberta e terá lanternins, que farão a iluminação e ventilação do espaço, sendo visíveis do exterior, a partir do largo da Igreja de São Domingos, e as zonas de arrumação de adereços e figurinos ficarão visíveis vitrinas expositórias.

Além do sistema de iluminação cénica e de som, vão também ser intervencionados os sistemas de climatização, nomeadamente para melhor conservar o espólio guardado no arquivo e na biblioteca.

Os elementos decorativos, nomeadamente na Sala Garret, vão ser valorizados, a livraria vai passar a integrar a bilheteira e será remodelada de forma a tornar-se mais espaçosa e funcional.

A fachada do edifício também será totalmente recuperada e o sistema de iluminação vai ser alvo de uma intervenção para aumentar a eficiência energética.

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