Gina Carano está a dividir os fãs de "Star Wars" por causa dos seus pontos de vista associados aos apoiantes mais conservadores do atual presidente dos EUA.

O hashtag "FireGinaCarano" [despeçam a Gina Carano] nas redes sociais ganhou outra dimensão com o regresso da sua personagem Cara Dune no quarto episódio da segunda temporada de "The Mandalorian" no Disney+, disponibilizado na sexta-feira (20).

Em resposta, começou a circular o hashtag "StandWithGinaCarano" [apoio a Gina Carano] por parte de fãs que sentem que o pedido para afastar a atriz é mais um exemplo de censura e "cancel culture" [cancelamento cultural]. Alguns sentem a necessidade de acrescentar que o fazem por uma questão de princípio pois não se definem como conservadores.

A polémica começou a intensificar-se na quinta-feira (5 de novembro) após as eleições norte-americanas, quando os resultados já apontavam para a vitória de Joe Biden, o candidato do Partido Democrata, quando a atriz partilhou nas redes sociais uma mensagem com argumentos associados a Donald Trump para colocar em causa o processo eleitoral, como a necessidade de "limpar o processo eleitoral", "implementar leis que nos protejam contra a fraude eleitoral", "investigar cada estado", "filmar os processos de contagem" [dos votos], "eliminar os votos falsos", "fazer com que a fraude eleitoral termine em 2020" e o muito familiar "consertar o sistema".

Alguns dias mais tarde, a antiga estrela de artes marciais e também conhecida pelos filmes "Uma Traição Fatal", "Velocidade Furiosa 6" e "Deadpool" partilhou mensagens que foram consideradas posições críticas ao uso de máscara contra a pandemia (que nos EUA se tornou uma questão política associada à liberdade de escolha), como a montagem de uma "notícia de última hora" sobre "líderes dos governos democráticos" a recomendarem o uso de vendas juntamente com as máscaras para as pessoas "não verem o que realmente se está a passar" e "num mundo onde toda a gente usa uma máscara, é um privilégio ver a alma".

Um dia antes, também anunciou que se ia juntar à rede social Parler, para onde têm migrado muitos dos apoiantes de Donald Trump revoltados com o que consideram ser a gestão política dos conteúdos por parte do Twitter ao remover e filtrar os conteúdos.

Anteriormente, Gina Carano já tinha gozado com o uso de pronomes neutros e durante o verão causou a desconfiança de alguns fãs por causa do seu silêncio sobre o movimento Black Lives Matter, ao mesmo tempo que apoiava mensagens que criticavam os protestos.

A Disney não reagiu à polémica, mas a presença da atriz na segunda temporada não está em causa: a rodagem terminou no início de março, mesmo antes do fecho forçado de toda a atividade em Hollywood por causa da pandemia.