“Decidimos criar uma sinfonia programática, assente numa ideia que retratasse aquilo que é o património, isto é, as lendas, as histórias e os contos da região transmontana”, afirmou Luís Santos, da direção criativa da Banda Sinfónica Transmontana (BST), citado em comunicado.

“Sinfonia Lendária – uma sinfonia do outro Mundo!” foi criada a partir de textos do escritor transmontano António Manuel Pires Cabral e a composição musical é da autoria de Nélson de Jesus.

“A sua obra literária já tinha muitas recolhas sobre o que queríamos abordar”, explicou Luís Santos.

O responsável acrescentou que o “imaginário do escritor percorre todo o património imaterial transmontano e isso vai refletir-se na sinfonia, com a presença de personagens como a morte, o diabo, as bruxas e os trasgos, os padres e os velhos guardiões da arca da memória, tudo elementos que sustentam o mundo fantástico da cultura popular”.

O espetáculo faz a resenha do “riso, tragédia, malícia e sabedoria” das gentes da região.

O escritor António Manuel Pires Cabral, também citado em comunicado, disse nunca ter recebido um convite semelhante ao longo de toda a sua carreira.

“Achei a empreitada arriscada e cheguei a duvidar de que fosse capaz de produzir um libreto aceitável”, referiu, explicando que o desafio “era fazer dialogar dois mundos, o da música erudita e o dos mitos próprios da cultura popular”.

A Nélson de Jesus, compositor, maestro e saxofonista, coube “transformar as palavras em notas musicais”, classificando a tarefa como “fácil”.

“O mestre Pires Cabral sugeriu pensar numa música de uma sarabanda, uma dança barroca, lenta e ternária que utilizei na forma macroscópica da peça e em pequenos elementos, como uma forma de ‘pilares de betão’ da estrutura” da obra, salientou.

A obra, segundo Luís Santos, tem a particularidade de ter “algo de muito identificativo e tradicional”, ao mesmo tempo que adota uma “linguagem moderna e contemporânea e uma linguagem universal, a música".

Com esta “Sinfonia Lendária”, a BST cumpre uma das suas “principais missões”, que é a “criação musical”.

“Entendemos que devemos fomentar a criação de nova música, porque tal gera novos músicos e novos públicos”, apontou Luís Santos.

O espetáculo vai ser acompanhado de uma experiência multimédia e um jogo de luzes, complementada com a narração do ator Ángel Frágua.

A estreia está marcada para o dia 27 de maio, no Teatro Municipal de Vila Real.

Trata-se de uma criação original da BST, em coprodução com o Teatro de Vila Real e com o apoio da Direção-Geral das Artes.

Fundada em janeiro de 2019, a BST é constituída por cerca de 60 jovens músicos profissionais que se encontram na região ou espalhados pelo país e pela Europa.

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