Ruy de Carvalho celebra 87 anos esta sexta-feira, dia 1 de março. Com mais de 80 de anos de carreira, o ator, que conta um percurso que congrega teatro, cinema, rádio, televisão, afirma que vai continuar a trabalhar e só pára "quando morrer".

"Só quando morrer é que páro, e isso leva um segundo", disse Ruy de Carvalho em 2023. E assegura que só então "a menina vigia" se "irá embora" de si.

Ruy de Carvalho nasceu a 1 de março de 1927, em Lisboa. Iniciou-se no teatro amador no Grupo da Mocidade Portuguesa, em 1942, na peça “O jogo para o Natal de Cristo”, numa encenação de Francisco Ribeio (Ribeirinho).

De 1945 a 1950, frequentou o curso de teatro/formação de atores do Conservatório Nacional, tendo-se formado em 1950.

A estreia profissional data de 1947, na então companhia Rey Colaço/Robles Monteiro, em “Rapazes de hoje”, uma comédia de Roger Ferdinand.

Ator Ruy de Carvalho em entrevista à Lusa

Teatro Avenida e Teatro Monumental foram salas onde atuou logo durante os primeiros anos, tendo feito parte de grupos como o Teatro do Povo, mais tarde Teatro Nacional Popular.

Em 1961, foi um dos fundadores do Teatro Moderno de Lisboa, grupo de teatro progressista que, à revelia da Censura da ditadura, pôs em cena autores nunca representados em Portugal.

Dois anos depois foi para o Teatro Experimental do Porto, onde encenou, pela primeira e única vez, uma peça: “Terra firme”, de Miguel Torga.

Companhia de Comédia Assis Pacheco, Companhia de Laura Alves, de Rafael de Oliveira, Companhia do Teatro Variedades e a Companhia de Teatro da RTP, residente no Teatro Maria Matos, em Lisboa, no início da década de 1970, foram estruturas de que fez parte ou com as quais trabalhou, assim como a Companhia de Teatro de Lisboa e o Novo Grupo - Teatro Aberto, entre mais de duas dezenas de estruturas teatrais.

Em 1978, Ruy de Carvalho regressou ao Teatro Nacional D. Maria II a cuja companhia residente pertenceu até 2000.

Ensaio de imprensa do espetáculo

Com uma carreira variada no teatro, cinema e televisão, Ruy de Carvalho é o ator no ativo com mais longa carreira artística.

No seu percurso destacam-se ainda dezenas de prémios como quatro Prémios da Imprensa para o Teatro (1962, 1981, 1982 e 1986), o prémio da Crítica Rádio e Televisão (1962), prémios da Crítica de Cinema (1965, 1966 e 1971), três Setes de Ouro do Jornal Se7e (1981, 1986, 1990), o Prémio Bordalo de Imprensa de Carreira (1995), os prémios de Carreira da Fundação Byssaia Barreto e da Universidade Lusíada (1999), assim como do Festival de Teatro de Almada (2009).

Foi ainda distinguido com a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura, a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique (1993) e a da Ordem de Sant'Iago da Espada (1998), as insígnias de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (2010), a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2012), a Grã-Cruz da Ordem do Mérito (2017) e a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (2022).