
Duas dezenas de atores apresentam online, a solo, três pequenas encenações diárias, sobre textos de 25 autores, ao longo de nove dias, num projeto que estabelece ligações entre várias companhias do Centro e do Médio Tejo, explicou à agência Lusa a encenadora responsável pela “Rota”, Dora Conde.
“O Dia Mundial do Teatro une-nos a todos pelo cordão umbilical do teatro” e, por isso, afirma Dora Conde, o grupo Apollo, com sede na aldeia de Pêras Ruivas, lançou um desafio a várias companhias: interpretar excertos de peças famosas num formato até dois minutos, numa viagem pela história do teatro.
“Ainda que todos estejamos ávidos para voltar ao palco, não o podemos fazer como desejaríamos. Esta não é a situação perfeita nem ideal, mas fazemo-lo assim, com as armas de que dispomos”, ou seja, a página de Facebook do grupo de teatro de Ourém.
A “Rota” arranca com “Electra”, de Sófocles, e termina com “Coimbra B”, de Jacinto Lucas Pires. Pelo meio, há teatro de Gil Vicente a Fernando Pessoa, passando por Molière, Cervantes, Pirandello e Karl Valentin, num total de 25 escritores.
Da história da dramaturgia, a encenadora escolheu “nomes mais sonantes” e “conhecidos do público”, mas também pensou num exercício para os atores, que vão poder “revisitar autores que mais marcaram o panorama do teatro”.
Além de oito atores do grupo Apollo, participam na “Rota” elementos das companhias Papillon (Mortágua, distrito de Viseu), O Nariz, Manipulartes e TASE (Leiria), Ultimacto (Tomar, distrito de Santarém), O Alguidar (Batalha, distrito de Leiria) e Movimento Pró Palco, também de Ourém.
“Da parte dos atores há toda uma figuração, uma personagem criada, para um ‘shot’ de teatro de um minuto e meio, dois minutos no máximo”, acrescenta Dora Conde.
Este ano, devido à pandemia, a “Rota” acontece apenas através da Internet, mas a ambição é voltar em 2022, num formato presencial.
“No próximo ano queremos convidar o público a seguir-nos por uma rota teatral, através de 27 locais de Ourém”, antecipou.
Comentários