O festival abre portas a 19 de maio e Eurico João, o coordenador de engenharia, responsável por todas as montagens no Parque, está tranquilo, embora admita que há sempre “um friozinho na barriga” até ao fim.

A comemorar os 30 anos, a iniciativa criada pelo brasileiro Roberto Medina volta ao mesmo local de Lisboa, onde este ano haverá uma “área VIP completamente remodelada”, mais próxima do público e mais centrada com o palco principal, explica Eurico João.

A nível de palcos, acrescenta, a cenografia é semelhante à de edições anteriores mas da tenda eletrónica desaparece a “aranha” de 2014 e vai surgir uma piscina.

“No 'slide' temos um 'upgrade', com um sistema de travagem automática, o que nos permite libertar um pouco de área” para o público junto do palco principal, diz.

Na zona alta do Parque, está em fase adiantada a chamada “rock street”, este ano dedicada ao Brasil, e pela qual vão passear-se baianas e dança boi-bumbá, além de “mais algumas pequenas novidades”, como promete o responsável.

Para já, Eurico João está otimista. Chegou ao Parque na terceira semana de fevereiro, para fazer marcações no solo onde depois fez nascer estruturas que gradualmente foram crescendo. Chefia diretamente uma equipa de dez engenheiros e trabalham agora por ali não mais de uma centena de pessoas.

E o Parque está também ainda relativamente tranquilo. Junto da entrada principal estacionaram alguns camiões, há cabos pelo chão, mas o som que vem de dentro é ainda de pássaros, melros e pardais, principalmente.

Relativamente. Lá dentro os pássaros competem por vezes com sons de martelos, de máquinas e de ferros. Há cheiro a erva, aparada por uma máquina que já deixou toda verde, metade do vale que dá para o palco principal.

Na outra metade pontifica ainda o amarelo das flores dente-de-leão e dos trevos por cortar, e, mesmo lá no cimo, entre a tenda VIP e a Rock Street, há uma retroescavadora, pequenas gruas e homens de colete verde e capacete branco.

“As nossas prioridades são os palcos e tudo o que está ligado aos palcos, e depois áreas como a Rock Street e os bares”, diz Eurico João, garantindo que, no palco principal, “a parte mais complicada está edificada”, que o palco Vodafone está praticamente pronto e que a Rock Street também “vai no bom caminho”.

E depois acrescenta: A parte que ainda não começou é a da entrada dos patrocinadores. Procuramos construir as nossas infraestruturas primeiro, para podermos ter mais liberdade de circulação dentro do Parque. Quando abrirmos portas aos parceiros, precisamos de uma gestão de tráfego rigorosa no interior.

E rigorosa será também a segurança. Eurico João, que também já foi o coordenador da construção do festival nos Estados Unidos (Las Vegas), diz que, a partir de 01 de maio, o acesso ao parque deixa de ser livre, assim se mantendo até depois do fim do mês, até tudo ser retirado e o Parque “devolvido” à população.

Por agora, os vizinhos, habituados depois de seis edições do Rock in Rio Lisboa, passeiam ainda pelo Parque, atravessam-no pelo alto, entre as oliveiras e um palco a erguer-se, entre os sobreiros e os pinheiros no vale da tenda eletrónica, que está erguida e que vai ter uma piscina.

Nem se lembrarão que a edição Rock in Rio que se aproxima, é a 17.ª, entre as originais, no Rio de Janeiro, as de Lisboa, Madrid e Las Vegas, e que a iniciativa já aconteceu em quatro países, contabilizando mais de 100 dias de concertos, quase 1.500 artistas e mais de oito milhões de espetadores. Nem que tem subjacente um investimento de 570 milhões de euros e um projeto social que rendeu 24 milhões.

Pelo Parque há preocupações mais prosaicas. Como a de desviar-se da estrada quando passa um camião a carregar mais duas pequenas casas pré-fabricadas.