A temporada, que foi hoje apresentada e se estende até março de 2018, abre, de 05 a 07 de janeiro, com o regresso da ópera, com “The Rape of Lucretia”, obra de Benjamin Britten encenada por Luís Miguel Cintra, com direção musical de João Paulo Santos, numa produção do Teatro Nacional de São Carlos, onde foi estreada, a 02 de dezembro.

A nova programação inclui uma homenagem a Gil Vicente (1465-1536) - um “autor tão grande”, classificou Nuno Carinhas -, com "Embarcação do Inferno", uma coprodução da Escola da Noite, de Coimbra, e do CENDREV - Centro Dramático de Évora, que recupera um texto do precursor do teatro português, com encenação de António Augusto Barros e José Russo, no Teatro Carlos Alberto, de 17 a 21 de janeiro.

De forma paralela, o mesmo espaço acolhe, a 06 de janeiro, um “atelier de leitura encenada” da chamada "trilogia das barcas" ("Auto da Barca do Inferno", "do Purgatório" e "da Glória"), por Nuno Carinhas e Nuno M. Cardoso, antes de uma conferência de José Augusto Cardoso Bernardes, professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, no dia 15, sobre o dramaturgo, poeta e ourives.

Outro dos autores homenageados nos primeiros três meses do próximo ano é o escritor Camilo Castelo Branco (1825-1890), com a estreia de “A Longa Noite de Camilo”, numa coprodução entre o TEatroensaio e o TNSJ, com encenação de Pedro Estorninho, que “põe em perspetiva a obra multifacetada” do autor de "A Corja", de 28 de fevereiro a 03 de março, no Teatro Carlos Alberto.

Na última récita será ainda lançado, depois de um concerto, o CD “Cancioneiro Musical Português”, que parte das composições de Gustavo Romanoff Salvini para os poemas de Camilo, na voz das sopranos Alexandra Bernardo e Tânia Valente e música do pianista Bernardo Marques.

A 16 de março, dia do 193.º aniversário do escritor português, o São João acolhe um recital sobre obras que inspiraram o autor, de Almeida Garrett a Lord Byron e Victor Hugo, na voz da soprano Sara Braga Simões, acompanhada ao piano por Rui Martins.

“Magma – No Limite da Selvajaria” tem estreia absoluta marcada para o Teatro Carlos Alberto, de 15 a 17 de fevereiro, num solo de dança de Flávio Rodrigues que “explora um imaginário onde a violência e o poder colapsam na solidão e no silêncio”.

O Teatro Carlos Alberto recebe, de 07 a 11 de março, “Óscar”, peça concebida para crianças, do fundador do Teatro de Marionetas do Porto João Paulo Seara Cardoso, estreada originalmente a 11 de dezembro de 1999, marcando os 20 anos da instituição, enquanto o coletivo Visões Úteis estreia Velocidade de Escape”, numa coprodução com o TNSJ, sobre “a forma como lidamos com o lastro do nosso passado e desenhamos o futuro”, de 16 a 18 de março.

“Macbeth”, uma produção própria estreada no TNSJ, em junho, em cena no Teatro Nacional D. Maria II, até 17 de dezembro, será reposta na sala portuense de 21 de fevereiro a 11 de março, depois de ter enchido as salas em junho, altura da estreia.

Dentro da reposição, destaca-se uma conferência sobre “Encenar a maldição”, a 24 de fevereiro, com Michael Dobson, diretor do Instituto Shakespeare, e uma outra com Nicola Watson, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, um dia antes, sobre o impacto da Casa-Museu de Shakespeare, na leitura da obra do dramaturgo britânico.

“Elizabeth Costello”, que se estreia hoje na Culturgest, é apresentada de 18 a 28 de janeiro, a partir de John Maxwell Coetzee, com direção artística de Cristina Carvalhal, a partir do romance do Prémio Nobel de 2003 que aborda crenças que vão desde o conceito de Deus ao nazismo e ao vegetarianismo.

“Actores”, com estreia marcada para 11 de janeiro de 2018, no São Luiz Teatro Municipal, estará em cena no São João de 07 a 11 de fevereiro, com dramaturgia e encenação de Marco Martins, enquanto Rui Horta apresenta “Vespa”, no Teatro Carlos Alberto, a 26 e 27 de janeiro, depois da estreia em abril, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.

Para celebrar o Dia Mundial do Teatro, a 27 de março, será projetado o documentário “I Don’t Belong Here”, que parte de um espetáculo de Dinarte Branco, estreado em 2015, no TNSJ, sobre a “comunidade de expatriados luso-americanos nos Açores”, e que permitirá ver “todo o processo” de construção do drama.

A temporada encerra com a adaptação de “Nathan, o Sábio”, de Gotthold Ephraim Lessing, com encenação de Rodrigo Francisco, o diretor da Companhia de Teatro de Almada, no TNSJ, de 22 a 25 março.

Durante a sessão de apresentação, que hoje decorreu no salão nobre do TNSJ, a presidente do Conselho de Administração, Francisca Carneiro Fernandes, revelou um aumento da taxa de ocupação de sala, que fecha em 2017 nos 88 por cento, uma subida de seis pontos face a 2016.

“Contamos fechar o ano com um pouco mais de 79 mil espetadores, um acréscimo considerável em relação a 2016, que teve perto de 66 mil”, apontou, referindo ainda a “expectativa de, em 2018, voltar a subir ligeiramente”.