O realizador e artista plástico Edgar Pêra inaugura na quarta-feira, em Lisboa, a sua primeira exposição de fotografia em três dimensões, inspirada no universo de Fernando Pessoa e no ato de ver e de sentir.
“Lisboa Revistada - Photo-Liturgya Lisboeta & Kino-Exorcismo Pessoano” é o título da mostra, que inaugura às 18:00, na Casa da Liberdade - Mário Cesariny, em Lisboa.
De acordo com a galeria, a exposição reúne uma instalação 3D digital e um conjunto de 40 fotografias concebidas para serem observadas em duas dimensões, numa primeira leitura, e em três dimensões com óculos anaglíficos.
A fotografia anaglífica é uma variante da fotografia estereoscópica ou em três dimensões, que procura imitar o processo natural da visão estereoscópica humana, na qual cada olho vê uma imagem ligeiramente distinta do objeto observado, já que existe uma diferença de posição entre ambos e, portanto, de perspetivas, que se cruzam.
“Pensar é estar doente dos olhos” escrevia outrora, Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Fernando Pessoa que Edgar Pêra cita na exposição sobre formas alternativas de ver, de sentir Lisboa e de reler o universo pessoano.
Segundo a galeria, esta mostra, que tem curadoria de Carlos Cabral Nunes, Edgar Pêra exprime a afinidade que sempre declarou encontrar entre a sua obra cinematográfica e as artes plásticas, a literatura e a fotografia.
Edgar Pêra criou mais de 30 filmes, entre documentários e ficções, curtas e longas-metragens, tendo sido premiado com o Pasolini de carreira, atribuído em Paris, em 2006.
Entre outros, assinou filmes como "O Barão" e "Rio Turvo", a partir de Branquinho da Fonseca, "Stillness" e "Lisbon Revisited", sobre Fernando Pessoa, "A Cidade de Cassiano", e "Movimentos Perpétuos - Cine-Tributo a Carlos Paredes".
A exposição vai estar patente até 12 de março, com entrada livre.
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