R. Kelly foi condenado esta quinta-feira a 20 anos de prisão por crimes relacionadas com pornografia infantil em Chicago, mas 19 serão cumpridos simultaneamente com uma pena anterior de 30 anos.

Em setembro do ano passado, um júri considerou o cantor e produtor de 56 anos culpado de abusar de quatro pessoas, três das quais menores de idade, em seis de 13 acusações, incluindo três acusações de coagir menores à atividade sexual e três de produzir vídeos de sexo envolvendo uma menor, absolvendo-o das acusações de conspiração e aliciamento.

Na altura, os procuradores disseram que a sentença podia variar entre os 10 e 90 anos e pediram 25, a seguir aos 30 que já está a cumprir, alegando a "falta de remorso" do cantor como um motivopara representar um perigo para a sociedade se fosse libertado.

Durante o julgamento, os procuradores tentaram retratar o cantor como um mestre manipulador que usou a sua fama e riqueza para atrair fãs, incluindo alguns menores de idade, abusando sexualmente deles e depois descartá-los.

Nascido Robert Sylvester Kelly, o artista estava desesperado para recuperar os vídeos pornográficos infantis que produzia e guardava numa mochila, disseram testemunhas.

Testemunhas indicaram que R. Kelly ofereceu até um milhão de dólares para recuperar vídeos perdidos antes do seu julgamento de 2008, sabendo que o colocariam em perigo.

A conspiração para esconder os seus abusos ocorreu entre 2000 e 2020, atentaram os procuradores.

R. Kelly, conhecido pelo hit "I Believe I Can Fly" e pelos seus 75 milhões de álbuns vendidos, foi condenado em setembro de 2021, em Nova Iorque, por ter chefiado por três décadas um "sistema" de exploração sexual que incluía adolescentes. Por estes crimes, o tribunal federal do Brooklyn impôs-lhe uma pena de 30 anos de prisão.