A atriz e ativista Taraneh Alidoosti, uma das mais reconhecidas do Irão, foi libertada após pagar caução da prisão de Evin, administrada pelo Ministério de Inteligência em Teerão e onde estão detidos vários opositores do regime e manifestantes dos protestos que sacodem a República Islâmica há vários meses.

A notícia foi confirmada esta quarta-feira pela mãe e pelo advogado.

Taraneh Alidoosti, uma das atrizes mais reconhecidas do país desde a adolescência e a nível internacional, protagonista do filme vencedor dos Óscares "O Vendedor" (2016) e que em maio do ano passado apresentou "Os Irmãos de Leila" no Festival de Cannes, foi detida a 17 de dezembro por apoiar os protestos que sacodem a República Islâmica, recusar usar o véu e denunciar a execução de manifestantes.

Centenas de nomes da indústria cinematográfica internacional pediram a sua libertação imediata, incluindo os atores Emma Thompson, Penélope Cruz, Kate Winslet, Ian McKellen e os cineastas Ken Loach, Pedro Almodóvar e Mike Leigh.

Na versão oficial das autoridades, a detenção aconteceu por "não fornecer documentação para algumas das suas afirmações" sobre os protestos nas redes sociais.

O Irão tem sido abalado por manifestações, geralmente descritas como "distúrbios" pelas autoridades, desde a morte da jovem curda-iraniana Mahsa Amini, a 16 de setembro, detida por alegadamente violar o código de vestuário que o país impõe às mulheres.

As autoridades iranianas afirmam que centenas de pessoas morreram nestes incidentes em todo o país, incluindo membros das forças de segurança, e que milhares foram presas.

Teerão acusa potências estrangeiras hostis e grupos de oposição de alimentar os protestos.

No mês passado, o país executou dois homens, ambos de 23 anos, que haviam admitido ataques às forças de segurança durante as manifestações.

O Poder Judiciário iraniano anunciou 11 condenações à morte até agora relacionadas com os protesto, das quais quatro foram confirmadas pelo Supremo Tribunal.